O PDT confirmou, no início da tarde desta terça-feira (4), a formalização do apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL). O candidato à presidência pelo partido, Ciro Gomes, participou do encontro com dirigentes da legenda e aprovou a decisão.
"Eu gravo este vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias é a última saída", afirmou o ex-presidenciável em mensagem postada nas redes sociais. "Nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país, contra projetos de poder que levaram nosso povo a essa situação grave e ameaçadora".
"Não pleiteio e nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante nossa campanha", completou.
Ciro foi ministro de Lula entre 2003 e 2006, mas rompeu com o antigo aliado e, em 2018, abriu mão de participar da campanha de Fernando Haddad (PT) contra Bolsonaro (então no PSL) no segundo turno ao viajar para Paris. O apoio neste ano vem após uma campanha tensa de primeiro turno, em que o pedetista partiu para o ataque por diversas vezes contra Lula.
"Não admitimos nenhum pedetista apoiando o Bolsonaro. Ciro não viajará, ficará no Brasil. Eu falo pelo partido, e ele participou da reunião e disse que endossa integralmente a decisão", disse o presidente do partido, Carlos Lupi, em entrevista a jornalistas.
O presidente do PDT citou ainda as frequentes agressões do atual presidente a pessoas negras, a homossexuais e à imprensa como motivos que levaram os dirigentes da legenda votar de forma unânime pela aprovação da parceria com Lula e o PT.
"O que está em risco hoje são dois projetos e duas personalidades completamente diferentes. De um lado o Lula, que é um democrata. Do outro o Bolsonaro, que é um projeto de ditador. Hoje o adversário é conhecidamente antidemocrático. Naquele momento [2018] ainda estava começando a desgraça", disse Lupi nesta terça.
Propostas
Lupi citou ainda as propostas feitas pelo PDT para viabilizar o apoio ao PT: o programa que prevê zerar dívidas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o plano de renda mínima e um projeto de educação em tempo integral. Além disso, os integrantes do partido afirmaram que vão colocar à mesa a criação do Código Nacional do Trabalho, prevendo a revogação de "tudo que tenha prejudicado o trabalhador brasileiro".
Edição: Rodrigo Durão Coelho