Representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) anunciaram nesta quinta-feira (13) o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais contra o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista coletiva realizada em Brasília, a Apib apresentou a carta oficial do movimento indígena, que foi elaborada a partir do posicionamento das bases. Clique aqui para ler o texto na íntegra.
Em 2022, duas representantes do movimento indígena foram eleitas deputadas federais: Sônia Guajajara e Célia Xakriabá, ambas do PSOL. Sônia foi eleita por São Paulo; Célia, por Minas Gerais e as duas participaram da entrevista desta quinta. No total, nove pessoas que se declararam indígenas foram eleitas para casas legislativas no país.
"É pra retomar o Brasil, que foi tomado de nós. Nunca existiu o Brasil sem a presença nossa. Nunca vai existir Brasil se deixar as mulheres de fora. É hora de retomar a democracia, de combater a fome. É hora de ter compromisso com a remarcação de territórios indígenas", disse Célia.
O texto apresentado nesta quinta aponta que "nunca os os direitos dos povos indígenas foram tão execrados como neste mandato de Jair Bolsonaro". O documento cita o desmonte de políticas indigienistas e regressão e supressão de direitos fundamentais.
"Estamos aqui enquanto deputadas eleitas representando o movimento indígena brasileiro. Vamos levar a voz dos povos indígenas com a priorização da retomada da demarcação das terras indígenas, por mais que não seja responsabilidade do congresso, poderemos retomar o diálogo o executivo, pois a demarcação foi totalmente paralisada no governo Bolsonaro", destacou Sônia.
"Lançamos no Acampamento Terra Livre (ATL) o tema 'retomando o Brasil, demarcar territórios e aldear a política', entendendo que hoje a gente não tem como garantir a implementação dos direitos territoriais se não tiver a presença indígena mais ampla no parlamento", complementou a deputada eleita por São Paulo.
Lula prometeu ministério para pautas indígenas
Em abril, Lula visitou o ATL 2022. Durante o evento, que reuniu milhares de indígenas para discutir diversas temáticas, o então pré-candidato disse que poderia criar um ministério para tratar especificamente da pauta indígena em caso de retorno ao Planalto em 2023.
“Agora vocês me deram uma ideia. Se a gente criou o Ministério da Igualdade Racial, o dos Direitos Humanos, se a gente criou o Ministério da Pesca, por que a gente não pode criar um ministério pra discutir as questões indígenas?”, disse, levando a plateia a um verdadeiro frisson.
Edição: Rodrigo Durão Coelho