O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (21) uma mobilização parcial dos cidadãos russos para a guerra na Ucrânia. A medida atinge os militares que estão na reserva e aqueles que serviram nas Forças Armadas. No total, mais 300 mil pessoas serão enviadas para o campo de batalha. O decreto foi assinado e publicado no site do Kremlin.
Em pronunciamento à nação, Putin declarou que "a Rússia se opõe ao Ocidente coletivo", que "procura dividir o país em pedaços". Portanto, para proteger a integridade territorial da Rússia, segundo ele, é necessário realizar uma mobilização parcial.
"Para proteger nossa Pátria, sua soberania e integridade territorial, para garantir a segurança de nosso povo e do povo nos territórios libertados, considero necessário apoiar a proposta do Ministério da Defesa e do Estado-Maior de realizar uma mobilização parcial na Federação da Rússia", afirmou.
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"Serão convocados os cidadãos que se encontram atualmente na reserva, e sobretudo os que serviram nas Forças Armadas, que possuam determinadas especialidades militares e experiência relevante, estarão sujeitos ao recrutamento para o serviço militar. Os convocados para o serviço militar passarão por treinamento militar adicional sem falta, levando em conta a experiência de uma operação militar especial, antes de serem enviados às unidades", acrescentou Putin.
O presidente russo também apoiou os referendos de adesão à Federação Russa nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como nos territórios de Kherson e Zaporozhie, regiões ucranianas sob o controle da Rússia.
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Mais tarde, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, explicou que a mobilização afetaria cerca de 1% do recurso total de mobilização da Rússia, e 300.000 reservistas seriam enviados para a zona de combate. Ele também prometeu não usar estudantes e recrutas.
Ontem, as autoridades pró-Rússia das regiões de Kherson e Zaporozhye da Ucrânia, bem como os chefes das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, anunciaram um referendo sobre a adesão à Rússia, que será realizado entre 23 e 27 de setembro.
O presidente russo disse que se a integridade territorial do país for ameaçada, a Rússia usará todos os meios à sua disposição.
"No caso de ameaça da integridade territorial da Rússia, usaremos todos os métodos, incluindo armas nucleares, isso não é um blefe", disse Putin.
Todas essas movimentações acontecem em meio à contraofensiva da Ucrânia, que desde o início de setembro vem anunciando a retomada do controle de territórios na região de Kharkov.
Edição: Vivian Virissimo