Ronda Política

Ex de Bolsonaro movimentou R$ 9 mi, policiais querem suspensão de clubes de tiro e mais

Ana Cristina Valle recebeu R$ 4,2 milhões e transferiu R$ 4,3 milhões em um período de três anos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A informação é de uma análise da Polícia Federal acerca de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - Reprodução/Facebook/Ana Cristina Valle

Ana Cristina Valle (PP), candidata a deputada distrital no Distrito Federal e ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou R$ 9,3 milhões entre 2019 e 2022 por meio de transações que são "incompatíveis" com seu salário.

A informação é de uma análise da Polícia Federal acerca de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), revelada pelo jornal O Globo. O documento embasa um pedido de investigação contra Valle devido à compra de uma mansão avaliada em R$ 3 milhões, em um bairro nobre de Brasília.

Nos três anos, a ex-esposa de Bolsonaro trabalhou como assessora do vereador Renan Marassi (PL), em Resende, no Rio de Janeiro, e depois como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF), em Brasília, com uma média salarial de R$ 6.200. Nesse período, Valle recebeu R$ 4,2 milhões e transferiu R$ 4,3 milhões.

Chefes das Polícias Civis propõem suspensão do funcionamento dos clubes de tiro 

Nesta terça-feira (20), representantes do Conselho Nacional de Chefes da Polícia Civil pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a suspensão do funcionamento dos clubes de tiro durante os dias das eleições durante reunião com o presidente da Corte, Alexandre de Moraes.


Alexandre de Moraes / Nelson Jr./SCO/STF

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Também na reunião, os delegados demonstraram apoio à possibilidade de proibir o transporte de armas por Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) nos dias de eleições. Segundo os policiais, ambas as medidas são importantes para evitar episódios de violência.

Plenário do STF veta trechos dos decretos sobre armas de Bolsonaro 

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve os vetos sobre trechos de decretos que facilitam a compra e o porte de armas editados pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (20).

Em 5 de setembro, Fachin vetou os trechos ao analisar três ações diretas de inconstitucionalidade — duas apresentadas pelo PSB e outra pelo PT — e agora decidiu levar o assunto para o plenário. Além de Fachin, mais sete ministros votaram pelos vetos: Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e a presidente da Corte, Rosa Weber.

Já Nunes Marques e André Mendonça votaram contra a suspensão dos decretos. Nunes, que é um CAC, argumentou que não há "demonstração de urgência, pressuposto fundamental à tutela cautelar", para suspender. "Privar o cidadão de possuir arma de fogo, a meu ver, representa um afastamento da promessa feita pela Constituição de proteger seu plexo de direitos constitucionais (tais como os direitos à vida, à saúde e à liberdade, entre tantos outros)", argumentou.


Jair Bolsonaro ao lado de seu indicado ao STF, Nunes Marques / Marcos Corrêa/PR

"Daí por que sou pelo entendimento de que o direito de defender a própria vida (e a de seus familiares) é direito-meio para proteção do direito à vida, mais alta das garantias fundamentais, prevista pela Constituição", afirmou ainda o ministro, que foi indicado ao cargo por Bolsonaro.

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Já Fachin, argumentou que se deve "indagar se a facilitação à circulação de armas, na sociedade, aumenta ou diminui a expectativa de violência privada. Antecipando a resposta à qual me encaminharei, penso que se deve concluir pelo aumento do risco e consequente violação do dever de proteção pelo Estado".

Fake news de fraude nas eleições é alavancada por bolsonaristas no Telegram 

Grupos de bolsonaristas no Telegram têm intensificado a circulação de notícias falsas sobre fraude nas eleições a pouco mais de uma semana do pleito, segundo um levantamento feito a pedido do Estadão pelo Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia (LABHD/UFBA), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o InternetLab.

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O estudo mostra que 26% das mensagens que circularam em grupos bolsonaristas da rede nos últimos 90 dias citam temas relacionados à fraude eleitoral. No total, foram 56,7 mil mensagens compartilhadas entre janeiro e 20 de setembro deste ano, em 185 grupos e 524 canais monitorados. Nos últimos meses, a equipe registro um aumento consecutivo na circulação de mensagens: 7.892 em agosto e 5.734 até esta terça-feira.

Edição: Nicolau Soares