Rússia e Ocidente

Estônia proíbe emissão de vistos Schengen para russos em apoio a sanções contra Moscou

Estados bálticos pedem que União Europeia proíba completamente a emissão vistos para russos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Um manifestante queima seu passaporte russo durante uma manifestação contra a operação militar da Rússia na Ucrânia, em Belgrado, em 6 de março de 2022. - Andrej Isakovic / AFP

Cidadãos russos com vistos Schengen emitidos pela Estônia terão sua entrada negada no país a partir da próxima semana como forma de sanção a Moscou pelo início do conflito na Ucrânia. A decisão foi divulgada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Urmas Reinsalu, nesta sexta-feira (11). 

"Vemos que o número de cidadãos russos que passam pela Estônia ou vindos da Rússia para a Estônia aumentou enormemente", disse o ministro estoniano.

Segundo ele, a decisão afetará cerca de 50 mil pessoas. Reinsalu explicou que os vistos já emitidos permanecerão válidos, mas serão impostas sanções aos seus titulares ao entrar no país. 

"A possibilidade de cidadãos russos visitarem a Estônia em massa ou através da Estônia para a Europa não está de acordo com o objetivo das sanções que impomos", acrescentou.

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De acordo com a decisão, serão feitas exceções para funcionários de missões diplomáticas e suas famílias, para pessoas envolvidas no transporte internacional de mercadorias e passageiros, bem como iniciativas por motivos humanitários.

Além disso, parentes próximos de pessoas que tenham cidadania estoniana ou uma autorização de residência permanente na Estônia poderão entrar.

Russos também poderão entrar na Estônia com vistos Schengen emitidos por outros países da União Europeia, mas o governo anunciou que pretende discutir como proibir a entrada de russos com qualquer visto Schengen.

Anteriormente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que os países da UE, com base em suas obrigações, não têm o direito de limitar completamente a emissão de vistos Schengen a todo um povo. De acordo com ele, se estes países fizerem isso, "instantaneamente reconhecerão seu próprio nacionalismo". 

Edição: Arturo Hartmann