Diplomacia

Chanceler da Colômbia nomeado por Petro visita a Venezuela para planejar retomada de relações

Ministros assinaram acordo que prevê nomeação de embaixadores em Caracas e Bogotá após posse de Petro, em 7 de agosto

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Venezuelano Carlos Faría recebeu chanceler da Colômbia nomeado por Petro, Álvaro Leyva - Cancillería Venezuela

O próximo ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, já nomeado pelo presidente eleito, Gustavo Petro, visitou a Venezuela nesta quinta-feira (28) e se reuniu com o chanceler venezuelano, Carlos Faria.

O encontro marca a primeira vista de uma autoridade colombiana ao país vizinho desde que as relações entre Caracas e Bogotá foram rompidas, em 2019.

Os ministros assinaram um acordo que prevê "a nomeação de embaixadores em Caracas e Bogotá" e a retomada de relações após a posse de Petro, no dia 7 de agosto.

Em nota, a chancelaria da Venezuela afirmou que a reunião entre Leyva e Faria ocorreu "em função de restabelecer as relações diplomáticas entre ambos os países irmãos".

"Após a ruptura das relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia, em 2019, o novo presidente Gustavo Petro, ganhador do segundo turno em 19 de junho, abriu um canal de diálogo para iniciar o restabelecimento dos vínculos binacionais", afirma o Ministério venezuelano.

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O encontro ocorreu na cidade de San Cristóbal, capital do Estado de Táchira, que faz larga fronteira terrestre com a Colômbia.

O governador tachirense, Freddy Bernal, que também participou da reunião, afirmou que localmente também estavam "trabalhando pela integração da região fronteiriça entre os países irmãos".

Experiente político colombiano e defensor dos acordos de paz com grupos guerrilheiros, Leyva foi escolhido como chanceler por Petro em junho. O presidente eleito toma posse no dia 7 de agosto e já havia prometido restabelecer relações com a Venezuela.

Futuro das relações

Venezuela e Colômbia possuem temas pendentes que foram acumulados durante os anos em que Iván Duque esteve à frente da presidência colombiana e aderiu à campanha de "pressão máxima" contra o país vizinho.

O ainda presidente foi um dos principais apoiadores do ex-deputado Juan Guaidó que se autoproclamou "presidente" da Venezuela e organizou diversas tentativas de golpes e invasões contra o país.

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Além disso, Duque protegeu os opositores venezuelanos quando estes tomaram o controle da Monómeros, uma empresa que pertence à Venezuela e que fica em território colombiano.

Logo após ser eleito, Petro conversou com Nicolás Maduro pelo telefone e afirmou que a devolução da Monómeros e a reabertura comercial das fronteiras entre os países são temas fundamentais entre Caracas e Bogotá.

O restabelecimento dos serviços consulares também é um tema classificado como urgente pelas autoridades, já que muitos venezuelanos que imigraram do país foram viver na Colômbia, principalmente nos estados fronteiriços.

Edição: Arturo Hartmann