Discurso de ódio

Imprensa estrangeira repercute assassinato de petista "a tiros pelas mãos de um bolsonarista"

O jornal espanhol El País escreveu que um "líder do PT" foi morto por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Nas redes sociais, o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho tem publicações com demonstração de apoio contumaz ao presidente Bolsonaro - Reprodução/Facebook

O assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu (PR), repercutiu na imprensa internacional neste domingo (10). Arruda foi morto a tiros pelo agente penal José da Rocha Guaranho, que é explícito apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), como deixa claro em suas redes sociais. 

O jornal espanhol El País escreveu que um “líder do PT” foi morto a “a tiros pelas mãos de um bolsonarista”. “Marcelo Arruda, tesoureiro do partido de Lula, comemorava seu aniversário quando o assassino invadiu sua festa gritando "aqui somos de Bolsonaro, filhos da puta!”, salientou o jornal. 

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Os jornais franceses Le Parisien e Le Figaro deram ênfase às posições políticas de Arruda e Guaranho em seus títulos. O Le Parisien escreveu que um “ativista petista” foi morto por outro ativista “pró-Bolsonaro” e que o ex-presidente Lula atribuiu o caso ao "discurso de ódio" do capitão reformado. 

“O Partido dos Trabalhadores (PT), do candidato à Presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, denunciou neste domingo o assassinato de um de seus militantes por um apoiador – também morto na troca de tiros – do presidente Jair Bolsonaro, em Foz-do-Iguaçu. Lula lamentou que uma família ‘perdeu pai e marido em decorrência de discurso de ódio incentivado por um presidente irresponsável’”, escreveu o jornal. 

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Na mesma linha, o Le Figaro disse que o “partido de Lula denuncia assassinato de um de seus ativistas”. “O ativista petista Marcelo Arruda estava comemorando seu aniversário de 50 anos em um evento do PT quando um agente penitenciário e apoiador do presidente Bolsonaro irrompeu com uma arma”, escreveu.  

Na Argentina, o portal Infobae classificou Arruda como "líder do PT" e Guaranho de "seguidor de Bolsonaro”. O site Crônica, também argentino, escreveu que o policial entrou no aniversário de Arruda “gritando a favor de Jair Bolsonaro” e matou o petista. “Marcelo Arruda comemorou seus 50 anos vestido com uma camiseta com a imagem de Lula, em um clube decorado com imagens do ex-presidente, quando Jorge Guaranho, um policial penitenciário federal, interrompeu a festa ao grito de ‘Bolsonaro presidente, filhos de puta’”, escreveu. 


O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto com dois tiros à queima roupa, enquanto comemorava seus 50 anos / Reprodução Facebook

Ainda na Argentina, o jornal La Nación destacou a posição ideológica do assassino, enquanto o jornal Clarín enfatizou o caso como um assassinato por “ódio e violência política”. A Página 12, assim como o francês Le Parisien, fez referência a fala de Lula sobre “um assassinato em decorrência de discurso de ódio incentivado por um presidente irresponsável”. 

Nas redes sociais, o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho tem publicações com demonstração de apoio contumaz ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele se apresenta como conservador, cristão e a favor de armas. 

Em uma foto publicada em 2018, ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, Guaranho escreveu “obrigado pelo apoio”. No mesmo ano, publicou uma foto sua com a legenda “eu sou o caixa 2 de Bolsonaro”. 

Edição: Vivian Virissimo