A cidade de São Paulo amanhece nesta quarta-feira (29) com uma nova paralisação de motoristas e cobradores de ônibus. De acordo com boletim emitido pela SPTrans, 88 linhas estavam inoperantes nesta madrugada, enquanto 62 operavam normalmente.
Os trabalhadores do setor anunciaram greve de 24 horas a partir da meia-noite de hoje depois de decisões unânimes tomadas em assembleias realizadas na tarde dessa terça (28) pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), com participação de mais de 6 mil pessoas, segundo a entidade. Foi marcada para as 16h desta quarta uma nova assembleia, na sede do sindicato, para que os trabalhadores deliberem sobre a continuidade do movimento.
“Já se passaram dois meses das nossas negociações e os patrões mostraram-se intransigentes, pedindo prazos, paciência e protelando decisões. A categoria está estafada dessa enrolação”, disse o presidente em exercício do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz (Sorriso), conforme o site da entidade.
Nova greve e intransigência dos patrões
Em 13 de junho os motoristas e cobradores fizeram uma greve na capital paulista após o fracasso de uma reunião de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre os representantes dos trabalhadores, do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo (Sindmotoristas), e o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss).
Ainda que tenham garantido o reajuste salarial de 12,47% sobre os salários e ticket refeição depois da mobilização, o sindicato aponta que os setor patronal "resolveu ignorar todos os outros itens da pauta de reivindicações da categoria como a hora de almoço remunerada, PLR, adequação de nomenclaturas e plano de carreiras do setor de manutenção, entre outros".
A SPTrans afirma que obteve uma decisão liminar na Justiça do Trabalho, no dia 31 de maio, que determinou a manutenção de 80% da frota de ônibus operando nos horários de pico e 60% nos demais horários. A companhia diz que vai solicitar à Justiça a cobrança da multa diária de R$ 50 mil, determinada na decisão, em caso de descumprimento, além de autuar empresas pelo não cumprimento das viagens.
Edição: Glauco Faria