A executiva nacional do PSDB deve aprovar e oficializar, nesta quinta-feira (9), o apoio à senadora Simone Tebet, pré-candidata à Presidência da República pelo MDB.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o possível nome a concorrer como vice da chapa, mas o presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o nome ainda não será definido nesta quinta. Ainda assim, a liderança afirmou que está "tudo fechado", de acordo com informações do blog de Gerson Camarotti.
Nesta quarta-feira (8), os presidentes do PSDB, do MDB, Baleia Rossi, e do Cidadania, Roberto Freire, e outras lideranças se reuniram em Brasília depois que as alianças estaduais do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pernambuco foram debatidas entre as siglas.
Logo após a reunião, Tebet publicou em seu perfil no Twitter que "mais um passo [foi] dado em direção à união do centro democrático". Ao mesmo tempo, o perfil do PSDB publicou que "nesse importante momento da história do país será encaminhado, nesta quinta-feira, na Executiva Nacional do PSDB a proposta de coligação com o MDB para eleição de presidente de República com o nome da senadora Simone Tebet".
Em alguns estados, no entanto, os partidos não bateram o martelo. Os tucanos não abrem mão da pré-candidatura de Eduardo Leite, enquanto o MDB lançou o deputado estadual Gabriel Souza para a corrida estadual. Em um acordo, Souza pode vir a ser candidato à vice na chapa com Leite.
"Acredito que amanhã damos largada à candidatura de Tebet. A questão do Rio Grande do Sul não foi resolvida. Mas, ao que tudo indica, será uma questão de tempo para caminhar. Todos entendem que politicamente é importante para o país buscar, onde for possível, essa unidade que estamos construindo a nível nacional", afirmou Roberto Freire, presidente do Cidadania, em entrevista ao Globo.
No Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccineli (MDB) resiste em abrir mão da candidatura, uma vez que está bem posicionado nas pesquisas de intenções de voto. Uma pesquisa do Instituto Ranking Brasil divulgada neste domingo (5) mostrou que Puccinelli tem 20,5% das intenções, seguido pelo ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), com 20,1%.
Bivar e Haddad?
O pré-candidato à Presidência da República pelo União Brasil, Luciano Bivar (PE), afirmou que o partido está se descolando das alianças com o PSDB para as eleições deste ano. A declaração foi feita após os tucanos e o MDB sinalizarem para uma chapa à Presidência entre si. Com isso, o apoio a Rodrigo Garcia à reeleição ao governo estadual de São Paulo deve ser revisto, afirmou Bivar.
"Estamos desembarcando do PSDB em todo o Brasil", disse em entrevista ao Globo. Na sequência, Bivar disse ainda que se não houver candidato, é possível um apoio até mesmo ao pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad.
“A gente pode apoiar Haddad, se não tiver candidato. O que nós queremos é defender a democracia. Ele fala que defende a democracia. Como não temos mais qualquer compromisso em São Paulo, pode ser um caminho”, disse.
Bivar foi um dos fiadores da candidatura de Jair Bolsonaro em 2018, que teve Haddad como um opositor contumaz. Sobre as discrepâncias políticas, Bivar disse que "isso é uma conversa" que ele terá com Haddad. "Ele já falou que estava aberto à economia de mercado."
Campanha antecipada
A deputada estadual de São Paulo Janaína Paschoal (PRTB) acusou o jornalista José Luiz Datena (PSC) de campanha eleitoral antecipada por utilizar o seu programa na TV Bandeirantes, o Brasil Urgente, para falar sobre a sua pré-candidatura ao Senado pelo estado.
"Não obstante a consideração que tenho por Datena e pela Bandeirantes, não acho justo que ele use seu programa para fazer campanha antecipada. Todos sabem que sou pré-candidata ao Senado e não vou recuar!", afirmou Paschoal em seu perfil no Twitter. "Pois bem, já é difícil concorrer com alguém que está na TV por horas, diariamente. Mas não dá para admitir o uso desse poder, com menções expressas à votação."
No sábado, Datena afirmou durante o seu programa que está na disputa pelo Senado e pediu votos. "Se o povo quiser que eu seja eleito, que vote em mim, se não, que votem em outro", disse. À Folha, Datena afirmou que não utilizou o seu programa "como plataforma política".
"No sábado eu apenas refiz o mau entendimento por parte de alguns, o mau uso da minha fala por parte de alguns me colocando fora da campanha política. Eu só refiz a verdade, em nenhum momento pedi voto para ninguém e nem vou pedir", disse.
Provocações
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a manutenção da cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR) é um recado do Supremo Tribunal Federal (STF) ao seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Eu perdi já a esperança. Eu tinha a esperança que internamente o Supremo conseguisse se resolver e evitar esses arroubos individuais de alguns em momentos diferentes, que são aberrações jurídicas. Olha, o que fizeram com o deputado Francischini: uma aberração jurídica sem tamanho, uma perseguição que ele sofreu organizada por algumas dessas pessoas para mandar recado para Bolsonaro", afirmou Flávio Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil.
"Como se fosse o seguinte: olha, se alguém falar que o processo eleitoral tem algum problema é isso que vai acontecer você vai ser cassado, preso. Isso acontece na Coreia do Norte, em Cuba, não era para acontecer no Brasil", disse.
Nesta terça-feira (7), a Segunda Turma do STF derrubou a decisão do ministro da Corte Kassio Nunes Marques e retomou a cassação do deputado definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O deputado estadual Fernando Francischini perdeu o mandato em outubro do ano passado por ter publicado um vídeo, no dia das eleições de 2018, falando que fraudes nas urnas eletrônicas teriam impedido parte da população de votar em Bolsonaro.
Na época, entre os ministros do TSE que votaram a favor da cassação estavam Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, todos do STF.
Silveira pede desbloqueio das contas
A defesa do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) solicitou nesta semana o desbloqueio das contas bancárias de sua esposa, a advogada Paola da Silva, ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
No total, foram bloqueados cerca de R$ 100 mil das contas de Paola da Silva, com o objetivo de cumprir o pagamento de parte da multa determinada por Moraes a Silveira. No total, as multas somam R$ 645 mil referente aos dias em que o bolsonarista desrespeitou as medidas restritivas impostas pela Corte, como a utilização de tornozeleira eletrônica.
Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por ataques e ameaças ao STF e seus ministros. O deputado, entretanto, foi salvo por um indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O STF também determinou a cassação de seu mandato.
Edição: Nicolau Soares