eleições 2022

"Eleições vão acontecer, apesar de Bolsonaro", diz indicada à embaixada dos EUA no Brasil

Diplomata Elizabeth Bagley trabalhou nas gestões de Barack Obama e possui experiência com monitoramento de eleições

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"Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento", diz Bagley - Reprodução/US Senate

A indicada do presidente dos EUA, Joe Biden, para ser nova a embaixadora no Brasil, Elizabeth Bagley, declarou nesta quarta-feira (18), durante sabatina no Senado americano que, apesar de Bolsonaro, as eleições no Brasil vão ocorrer, 

"O presidente Jair Bolsonaro tem dito muitas coisas, mas o Brasil tem sido uma democracia, tem instituições democráticas, Judiciário e Legislativo independentes, liberdade de expressão. Eles têm todas as instituições democráticas para realizar eleições livre e justas", disse Bagley ao ser questionada sobre o assunto na sabatina. 

A escolha de Joe Biden parece ter sido feita a dedo para o atual momento político do Brasil. Elizabeth Bagley trabalha com monitoramento de eleições e meio ambiente, duas pautas caras ao governo de Jair Bolsonaro. 

"Ao longo de 30 anos, tenho monitorado muitas eleições. E eu sei que não será um momento fácil, muito em razão dos comentários de Bolsonaro. Mas, apesar desses comentários, há uma base institucional. O que continuaremos a fazer é mostrar nossa confiança e nossa expectativa de que eles terão eleições livres e justas", disse Bagley. 

Além da questão eleitoral, durante o seu discurso de abertura, a diplomata, que já foi embaixadora dos Estados Unidos em Portugal, afirmou que as pautas ambientais estarão entre as prioridades.

"Uma das minhas maiores prioridades será encorajar esforços para aumentar a ambição climática e reduzir dramaticamente o desmatamento, proteger os defensores da floresta e processar os crimes ambientais e atos de violência correlatos", disse. 

Elizabeth Bagley tem 69 anos e já foi foi assessora sênior de três Secretários de Estado: John Kerry e Hillary Clinton, na gestão de Barack Obama, e Madeleine Albright, durante o governo de Bill Clinton. Também foi assessora de Kerry em temas ambientais. Foi nomeada por Biden em janeiro deste ano, mas teve de aguardar quatro meses para ter a sua sabatina convocada pelo Senado. 

Após a sabatina, a diplomata deve aguardar o Senado referendar e aprovar o seu nome para ocupar a embaixada dos EUA no Brasil. Por enquanto, o órgão da diplomacia estadunidense segue sob o comando interino de Douglas Koneff.