O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, designou o general Luis Eduardo Lara Jaramillo como novo ministro da Defesa após a renúncia do antecessor, Luis Hernández, na terça-feira (26). Este é o terceiro ministro desde que Lasso assumiu o poder, em 2021. A crise do sistema penitenciário, que desencadeou a intervenção das Forças Armadas, seria o principal fator para a instabilidade no cargo.
Mediante Decreto Ejecutivo N° 409 el Presidente Constitucional de la República @LassoGuillermo designó al General de División (S.P.) Luis Lara Jaramillo, ministro de Defensa Nacional. pic.twitter.com/inVTCv5au2
— Ministerio de Defensa Nacional del Ecuador (@DefensaEc) April 27, 2022
Segundo dados oficiais, o maior presídio do Equador, a Penitenciária do Litoral, em Guayaquil, tem capacidade para receber 30.169 presos, no entanto o local abriga 38.186 pessoas. Cerca de 25% dos detentos esperam por sua sentença judicial.
Ainda de acordo com a Polícia Nacional do Equador, somente em 2021 foram registrados três chacinas com 226 mortos por conflitos dentro das prisões.
"Sua trajetória a serviço dos equatorianos reflete seu profissionalismo", comentou Lasso ao designar o novo funcionário.
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O ex-ministro, Luis Hernández, entregou sua carta de renúncia na última terça-feira, sem oferecer maiores explicações dos motivos que o levaram a abandonar o cargo após cinco meses da sua posse.
Seu último ato como ministro foi acompanhar a queima de cerca de 2 mil armas de fogo confiscadas em Guayaquil, maior cidade equatoriana.
Em outubro de 2021, Fernando Donoso deixou o cargo e foi substituído pelo então comandante do exército, Luis Hernández, que agora renunciou dando lugar ao general Luis Lara Jaramillo.
Jaramillo foi chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas durante o governo do ex-presidente Lenin Moreno, até maio de 2021. Antes, foi comandante do Distrito Metropolitano de Quito, coordenador nacional do Serviço Integrado de Segurança e chefe da diretoria de homicídios das polícias de Quito e Guayaquil.
De acordo com o Ministério de Defesa do Equador, 14 oficiais estão sob investigação acusados de narcotráfico, roubo de material militar e porte ilegal de armas. Sobre esse caso, o ex-ministro de Defesa informou que todas as informações foram entregues à justiça equatoriana. "Zero tolerância com a corrupção, temos que limpar os maus elementos", comentou Hernández.
Edição: Thales Schmidt