INSTABILIDADE

Equador tem terceiro ministro de Defesa em menos de 1 ano

Crise no sistema penitenciário desencadeou sucessão de ministros; ex-comandante do exército assume pasta

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Presidente Guillermo Lasso designou o ex-comandante das Forças Armadas, Luis Lara Jaramillo, como novo ministro de Defesa - Presidência Equador

O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, designou o general Luis Eduardo Lara Jaramillo como novo ministro da Defesa após a renúncia do antecessor, Luis Hernández, na terça-feira (26). Este é o terceiro ministro desde que Lasso assumiu o poder, em 2021. A crise do sistema penitenciário, que desencadeou a intervenção das Forças Armadas, seria o principal fator para a instabilidade no cargo. 

Segundo dados oficiais, o maior presídio do Equador, a Penitenciária do Litoral, em Guayaquil, tem capacidade para receber 30.169 presos, no entanto o local abriga 38.186 pessoas. Cerca de 25% dos detentos esperam por sua sentença judicial. 

Ainda de acordo com a Polícia Nacional do Equador, somente em 2021 foram registrados  três chacinas com 226 mortos por conflitos dentro das prisões.

"Sua trajetória a serviço dos equatorianos reflete seu profissionalismo", comentou Lasso ao designar o novo funcionário.

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O ex-ministro, Luis Hernández, entregou sua carta de renúncia na última terça-feira, sem oferecer maiores explicações dos motivos que o levaram a abandonar o cargo após cinco meses da sua posse.

Seu último ato como ministro foi acompanhar a queima de cerca de 2 mil armas de fogo confiscadas em Guayaquil, maior cidade equatoriana. 


Carta de renúncia do ex-ministro de Defesa do Equador, Luis Hernández / Reprodução

Em outubro de 2021, Fernando Donoso deixou o cargo e foi substituído pelo então comandante do exército, Luis Hernández, que agora renunciou dando lugar ao general Luis Lara Jaramillo.

Jaramillo foi chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas durante o governo do ex-presidente Lenin Moreno, até maio de 2021. Antes, foi comandante do Distrito Metropolitano de Quito, coordenador nacional do Serviço Integrado de Segurança e chefe da diretoria de homicídios das polícias de Quito e Guayaquil. 

De acordo com o Ministério de Defesa do Equador, 14 oficiais estão sob investigação acusados de narcotráfico, roubo de material militar e porte ilegal de armas. Sobre esse caso, o ex-ministro de Defesa informou que todas as informações foram entregues à justiça equatoriana. "Zero tolerância com a corrupção, temos que limpar os maus elementos", comentou Hernández.

Edição: Thales Schmidt