57 DIAS DE GUERRA

Ministério da Defesa russo anuncia que assumiu controle de Mariupol, no sul da Ucrânia

Em nova fase da guerra, exército da Rússia busca assegurar vitória em Donbass até feriado nacional de 9 de maio

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cidade portuária de Mariupol foi o principal cenário da guerra entre Rússia e Ucrânia no último mês - AFP

A Rússia anunciou, nesta quinta-feira (21), que tomou o controle de Mariupol, no sul da Ucrânia. A cidade portuária, principal acesso ao Mar de Azov, foi a zona quente de combates entre tropas russas e ucranianas no último mês. No último domingo (17), o exército russo havia dado um ultimato às forças ucranianas. "Todos os que depuserem suas armas têm a garantia de que suas vidas serão poupadas", publicaram em comunicado.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenski negou a rendição e solicitou mais armamento à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Nesta quinta, a Casa Branca aprovou um novo empréstimo de U$ 800 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) para a compra de drones, munição e outros equipamentos militares para a Ucrânia.

"Estamos em uma janela crítica do tempo em que eles vão preparar o terreno para a próxima fase desta guerra", disse o presidente Joe Biden. 

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O ministério de Defesa da Rússia informou que havia cerca de 8.100 efetivos ucranianos na região, sendo que cerca de 2 mil permanecem entrincheirados nas proximidades.

"Os últimos nacionalistas se refugiaram na zona industrial de Azovstal", afirmou o ministro da Defesa russo Serguéi Shoigú.

A guerra na Ucrânia completa quase dois meses, somando milhares de vítimas e 4,9 milhões de refugiados, de acordo com a Agência de Refugiados da ONU (Acnur).

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Há dois dias, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, enviou cartas aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pedindo para ser recebido em suas respectivas capitais.

Guterres solicitou os encontros para "discutir medidas urgentes para trazer a paz na Ucrânia e o futuro do multilateralismo com base na Carta das Nações Unidas e no direito internacional".

Na última quarta-feira (20), a Rússia anunciou uma nova fase da sua operação militar especial, com o objetivo de garantir a independência completa das repúblicas populares de Donestk e Lugansk – movimentos separatistas no leste ucraniano. 

Para especialistas russos, a perspectiva é que os ataques na região de Donbass se intensifiquem nas próximas semanas, já que 9 de maio, considerado o Dia da Vitória do exército vermelho contra o nazifascismo na 2ª Guerra Mundial, seria a data propícia para Putin declarar o fim do conflito com a Ucrânia.

 

* Com informações de Russia Today, Sputnik e Reuters

Edição: Glauco Faria