JORNADA DE LUTAS

"Terra, Teto e Pão": MST da Bahia retoma Marcha Estadual pela Reforma Agrária

Até o dia 19, a marcha vai percorrer mais de 100 quilômetros para denunciar a violência no campo e mazelas das cidades

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Cerca de 3.500 pessoas saíram de Feira de Santana e marcham em direção a Salvador, onde devem chegar no dia 19 - Rariele Rodrigues/MST Bahia

Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) na Bahia retomou nesta segunda-feira (11) a realização da marcha anual estadual que tem como objetivo dialogar com a população das cidades sobre a necessidade e importância da reforma agrária, além de denunciar o aumento da violência no campo. O lema da mobilização deste ano é “Reforma Agrária Popular: Por Terra, Teto e Pão”.

A atividade que integra a jornada de lutas, realizada desde 1998, havia sido interrompida nos dois últimos anos, em razão da pandemia de covid-19. O avanço da vacinação, com boa parte da população, encorajou a organização do evento, que nem por isso deixou de lado o uso de máscaras e a higienização das mãos.

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No trajeto de cerca de 110 quilômetros, partindo do município de Feira de Santana com destino à capital, Salvador, 3,5 mil trabalhadores sem terra chamam atenção das comunidades para o prejuízo que políticas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro têm trazido prejuízo à vida das pessoas do campo e da cidade.

É o caso da paralisação da reforma agrária, que leva ao aumento da violência no campo. Há atualmente no Brasil cerca de 200 áreas organizadas pelo MST ameaçadas de despejo, sendo 23 na Bahia. Também é lembrada a crise econômica, como reflexo das ações de governo, e a volta da fome, que afeta mais de 19 milhões de pessoas no país também são temas abordados.

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Memórias de luta

Além da defesa da terra e do direito à moradia, a marcha também vai lembrar os assassinatos dos dirigentes do MST Fábio Santos, em 2013, e Márcio Matos, em 2018. Segundo a organização, o assassinato dessas lideranças na Bahia se soma a um crescente cenário de violência contra trabalhadores do campo. Ambos os casos ainda não foram solucionados pela Justiça e os assassinos continuam impunes.

Durante o percurso, que termina no próximo dia 19, estão previstas atividades de solidariedade às comunidades, como distribuição de alimentos, plantio de árvores e a conscientização sobre o atual modelo de produção do agronegócio, que não produz alimentos e ocupa a maior parte das terras do país. O Movimento prevê ainda a realização de processos de formação e debates em torno da conjuntura.

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