O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a família do presidente Jair Bolsonaro (PL) "não presta para governar o Brasil". A declaração foi feita na manhã desta terça-feira (5).
Em entrevista à Rádio T, do estado do Paraná, o petista lembrou os ataques feitos por Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), contra a jornalista Miriam Leitão, do jornal O Globo.
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Lula também falou sobre a incapacidade de o Executivo estabelecer diálogos com representantes dos movimentos sociais e sindicais, e citou a insensibilidade do governo diante da pandemia de covid-19.
"Temos um governo que vai terminar seu primeiro mandato sem conversar com sindicalistas, sem conversar com ninguém do movimento social, sem visitar nem sequer uma família que perdeu um parente por causa da covid", afirmou.
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O ex-presidente relembrou que, no domingo (3), Leitão compartilhou em seu perfil no Twitter uma coluna que escreveu para o jornal intitulada “Única via possível é a democracia”. Em resposta, Eduardo Bolsonaro compartilhou a publicação e escreveu: “Ainda com pena da cobra”.
Ainda com pena da 🐍 … pic.twitter.com/4DLVBtIPZI
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) April 3, 2022
Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a jornalista foi presa e torturada. Em um de seus relatos, Míriam, que estava que estava grávida à época, conta que foi colocada em uma sala escura com uma cobra.
"Estamos vivendo um período em que o presidente da República ataca a democracia todo dia, ataca a imprensa todo dia e, quando não ataca a imprensa, ataca jornalista. Não é o presidente sozinho, é toda a família", declarou Lula.
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"Nós temos um presidente que acaba de atingir com acusações que jamais poderiam ser feitas à Miriam Leitão, acusando ela porque ela foi presa. Esse tipo de gente não presta para governar o Brasil. Esse tipo de gente que enaltece o Ustra, que foi um torturador nesse pais", disse.
O presidente ainda fez comentários sobre o uso político pelo governo Bolsonaro das Forças Armadas e de símbolos como o da bandeira do Brasil.
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"Esse tipo de gente que tenta utilizar as Forças Armadas como se fosse dele, quando as Forças Armadas são uma instituição do povo brasileiro. Eles roubam a camisa do Brasil como se fosse partido dele. O que é de todos, ele tenta pegar para ele", concluiu.
Assista à íntegra da entrevista:
Edição: Vivian Virissimo