Neste domingo (27), Rússia e Ucrânia acordaram a quinta rodada de negociações presenciais após 33 dias de conflito armado. O chefe da delegação russa, Vladímir Medinski, confirmou que o próximo encontro acontecerá entre terça e quarta-feira (29 e 30 de março), na Turquia.
Na última sexta-feira, uma delegação dos EUA reuniu-se com as autoridades ucranianas pela primeira vez. Após a reunião com o presidente Joe Biden, o mandatário ucraniano Volodymyr Zelensky voltou a solicitar apoio militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "É o que nossos sócios possuem e está se enchendo de pó. Somente com 1% das armas e aviões da Otan seria suficiente, não pedimos mais", afirmou o chefe de Estado.
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Na última quinta-feira, durante uma conferência em Bruxelas, os membros da Aliança acordaram movimentar 40 mil soldados para Lituânia, Letônia e Estônia, na fronteira com a Rússia. Apesar dos movimentos, Hungria e Turquia se negaram à apoiar novas sanções contra Moscou.
O porta-voz do Kremlim, Dmitri Peskov declarou que os diálogos não avançaram por falta de disposição de Kiev em negociar. Peskov disse que a Rússia iria interromper a operação militar "no mesmo instante", caso a Ucrânia aceitasse suas condições, entre elas a garantia de neutralidade, autonomia para Donbass e o resonhecimento da Crimeia como território russo.
O chefe da República Popular de Lugansk declarou que pode ser realizado um referendo para discutir a anexação da região no leste da Ucrânia à Rússia, no mesmo formato realizado na península da Crimeia em 2014.
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"Acredito que, em um futuro próximo, será organizado um referendo no território da República, em que as pessoas poderão expressar sua opinião sobre se devemos nos unir à Federação Russa", afirmou o líder das forças independentistas, Leonid Pasechnik.
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Em 33 dias de guerra, os números de mortos são controversos. Enquanto o Ministério de Defesa da Ucrânia disse na quarta-feira (23) que cerca de 15.600 soldados russos perderam a vida ou foram feridos, o Ministério da Defesa da Rússia publicou sua última atualização sobre vítimas no dia 2 de março: 498 mortos e 1.597 feridos.
As Nações Unidas contabilizam 953 civis mortos e 1.057 feridos. Além disso, cerca de 10 milhões de ucranianos foram desalojados e 3,8 milhões estão refugiados em outros países.
Edição: Sarah Fernandes