De acordo com o relatado por fontes e dirigentes próximos ao ex-governador Roberto Requião, em conversas com a reportagem do Brasil de Fato Paraná, o político acertou sua filiação ao Partido dos Trabalhadores, após meses de negociação com outras legendas, entre elas o Partido Socialista Brasileiro.
Com a filiação, Requião se tornaria o pré-candidato ao governo do Paraná pela federação que deverá ter PT, PCdoB e PV. A decisão foi tomada após encontro com centrais sindicais, realizado na quarta-feira, 9, em Curitiba. Na ocasião, foi apresentado um esboço da carta-compromisso com os trabalhadores por parte da pré-candidatura do ex-governador.
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Oficialmente, o staff de Requião não confirma a filiação, mas é dado como certo que no dia 18 de março a ficha de filiação seja assinada e abonada por Lula, pessoalmente, em ato que deve ocorrer na capital paranaense.
Saída do MDB
Em conflito com os novos dirigentes do MDB, por conta de uma possível aliança com o atual governador Ratinho Jr, Requião deixou o partido em agosto do ano passado, após perder a direção do diretório estadual da legenda.
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As negociações foram caminhando lentamente com o PT, que desde o início manifestou interesse no ex-governador para viabilizar sua candidatura ao governo do estado.
Após o Congresso Nacional aprovar a Lei das Federações, que possibilita que partidos políticos possam se unificar por um período de quatro anos, mas mantendo sua organização formal em atividade, as negociações para Requião ir para o PT aqueceram.
Com a ida de políticos progressistas para o PSB, como Marcelo Freixo (RJ) e o governador do Maranhão, Flávio Dino, cogitou-se também a ida de Requião e seu filho, que é deputado estadual, para a sigla.
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Contudo, com a relutância de membros da direção estadual e da bancada na Assembleia Legislativa do Paraná, aliados do governador Ratinho Jr, em aceitar Requião como candidato socialista em outubro, e até mesmo várias discordâncias por parte da direção nacional do PSB em entrar na federação, Requião bateu o martelo em sua filiação PT.
Em reunião com dirigentes do PCdoB do Paraná, na semana passada, o ex-governador já havia confessado o interesse em se filiar à sigla do presidente Lula e ajudá-lo na eleição ao Palácio do Planalto, além de fortalecer sua própria campanha para o Palácio do Iguaçu.
O vice
Requião ainda não escolheu um vice, mas busca alguém de perfil ''porreta'', com identidade ideológica e programática, mas que ajude nas articulações políticas da candidatura. Com o expresso apoio do deputado estadual Goura, o PDT busca uma vaga na vice ou a candidatura ao Senado.
O partido, que tem como pré-candidato à Presidência Ciro Gomes, não participa da federação com o PT, mas no Paraná deverá coligar-se com Requião nos cargos majoritários.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Rebeca Cavalcante e Frédi Vasconcelos