No sétimo dia do conflito na Ucrânia, nesta quarta-feira (2) os militares russos buscam capturar alvos chave e os bombardeios prosseguem nas duas maiores cidades do país: a capital, Kiev, e Kharkiv. Há relatos também de que a cidade portuária de Kherson, no sul, foi tomada, embora autoridades ucranianas digam que seguem resistindo. A captura de Kherson é importante para o estabelecimento de uma rota naval para os militares russos.
A capital Kiev, por sua vez, segue sendo alvo de ataques do exército russo. Um comboio militar de dezenas de quilômetros cerca a cidade desde a última terça-feira (1º), quando uma torre de TV na cidade foi atingida por um míssil.
Ataques em Kharkiv
Em Kharkiv, de acordo com o governo local, bombardeios russos mataram pelo menos 21 pessoas e feriram mais de 100 apenas, nas últimas 24 horas. Durante a madrugada, uma explosão foi registrada na sede do distrito policial da cidade, que é a segunda maior do país.
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O prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, disse que a cidade não vai se render às forças russas, e que os seus inimigos estariam atacando bairros residenciais.
Tomada de Kherson?
O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, disse, em declarações transmitidas pela televisão que "divisões russas das forças armadas assumiram o controle total do centro regional de Kherson".
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"As negociações continuam com o comando russo e a administração local para resolver questões relacionadas à operação das instalações de infraestrutura social, bem como para garantir a ordem e a segurança da população", afirmou.
O lado ucraniano, contudo, nega. Oleksiy Arestovych, um assessor do presidente Volodymyr Zelensky, afirmou que os russos não haviam capturado a cidade, e que ainda há luta nas ruas de Kherson e também no porto. "A cidade não caiu, nosso lado continua a defendê-la", disse.
Negociação?
Uma segunda rodada de negociações entre diplomatas da Rússia e da Ucrânia pode acontecer nesta quarta-feira (2). A informação é da agência de notícias russa Tass.
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A agência citou um assessor do presidente Volodymyr Zelensky, Oleksiy Arestovych, que teria confirmado a retomada das negociações. Dmytro Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, havia dito mais cedo que o país dele está pronto para negociar com a Rússia. Já Moscou teria dito que não está claro se os ucranianos vão aparecer para a rodada de conversas.
Entenda o caso
Desde o final de 2021, tropas russas passaram a se concentrar nas proximidades da Ucrânia e o Ocidente enviou armas para os ucranianos.
O conflito tem como pano de fundo os limites da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar composta por membros alinhados aos EUA, em direção à fronteira russa e o mercado de energia na Europa.
Outro elemento central é o fracasso dos Acordos de Minsk, assinados em 2014 e 2015 como uma tentativa de construir um cessar-fogo para a guerra civil na Ucrânia. A ferramenta diplomática previa condições de autonomia para áreas separaristas, pró-Rússia, de Donetsk e Lugansk e a retirada de armas da região em que tropas ucranianas enfrentavam os guerrilheiros separatistas.
O governo de Kiev se recusava a cumprir a parte política prevista pelos acordos, já que isso poderia causar uma fratura em sua soberania.
A Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro sob a justificativa de “desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho. Desde então, União Europeia e Estados Unidos anunciaram sanções como resposta e também fornecem armas aos ucranianos.
Mais de 500 mil refugiados já tiveram que deixar a Ucrânia em decorrência do conflito, afirma Organização das Nações Unidas (ONU).
Edição: Arturo Hartmann