O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou no Parlamento nesta terça-feira (25) que não existem indícios de que a Rússia esteja pronta para invadir seu país e endossou o coro das autoridades locais que refutam a tese dos Estados Unidos de um iminente ataque de Moscou.
"Não se preocupem, durmam bem", disse Reznikov. Também nesta terça-feira, o ministro da Defesa publicou em sua rede social fotos da chegada de um segundo lote de armamentos de 80 toneladas do "parceiro estratégico" Estados Unidos.
Javelins in Kyiv!A new cargo of security aid - launchers&missiles - with a total weight of about 80 tons.We expect the arrival of the 4th from the big flock of birds soon. Thanks to our strategic partner 🇺🇦🤝🇺🇸@WhiteHouse @congressdotgov @USEmbassyKyiv @UKRintheUSA @DeptofDefense pic.twitter.com/hTSFBLSPJb
— Oleksii Reznikov (@oleksiireznikov) January 25, 2022
A fala do ministro da Defesa ocorre um dia após o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, criticar a decisão de Washington de ordenar a saída dos familiares de seus diplomatas do país europeu por conta da "ameaça contínua" de uma invasão russa.
"Embora respeitemos o direito de nações estrangeiras de garantir a segurança de suas missões diplomáticas, acreditamos que tal passo seja prematuro e um exemplo de cautela excessiva", disse Nikolenko.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ter o "palpite" de que os russos atacariam a Ucrânia.
Washington decidiu colocar 8.500 militares em estágio de alerta para um possível deslocamento. Países europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também enviaram navios e jatos para o leste europeu.
Após videoconferência com líderes do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Polônia, União Europeia e Otan na segunda-feira (24), Biden subiu o tom e afirmou que a Rússia enfrentará "sanções sem precedentes" caso invada a Ucrânia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, encontrou o presidente francês Emmanuel Macron em Berlim nesta terça-feira (25) e afirmou que espera "passos claros" da Rússia que contribuam com a diminuição das tensões na região e destacou que uma agressão militar terá "consequências sérias".
A Rússia tem cerca 100 mil soldados estacionados perto da fronteira com a Ucrânia e anexou parte do país vizinho em 2014. Moscou, todavia, insiste que não pretende invadir o território ucraniano.
A escalada da tensão ocorre com o pano de fundo de discussões diplomáticas sobre os países-membros da Otan e os limites para a expansão da aliança militar do Ocidente perto das fronteiras russas. Moscou pede que a Otan retire suas tropas dos países que entraram na aliança após 1997, lista que incluí nações que foram antigas repúblicas soviéticas.
Edição: Arturo Hartmann