Mudança

Constituinte do Chile elege pesquisadora de saúde pública como nova presidenta

María Elisa Quinteros substituirá a professora universitária e indígena Elisa Loncón na presidência

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Da esquerda para a direita: a ex-presidenta Elisa Loncón e a nova mandatária: María Elisa Quinteros - Twitter María Elisa Quinteros

María Elisa Quinteros é a nova presidenta da Convenção Constitucional que substituirá a Carta Magna herdada da ditadura de Augusto Pinochet no Chile. Quinteros foi escolhida nesta quarta-feira (5) após receber 78 votos de 155 possíveis na nona eleição da nova Mesa Diretora.

María Elisa Quinteros, 39 anos, é doutora em Saúde Pública pela Universidade do Chile. Integrante do diretório da Sociedade Chilena de Epidemiologia, ela atua como pesquisadora do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Talca.

"Um projeto de sociedade e de ser humano onde os direitos e os valores das pessoas prevalecem sobre os demais interesses. Onde a saúde é um direito e não um privilégio; onde o feminino tem o mesmo valor que o masculino; onde a natureza é considerada um bem comum e não um recurso privatizável a ser explorado; onde as pessoas não estão mais expostas a um mercado que privatiza os lucros e socializa as perdas, onde podemos contar com um Estado que garante o bem comum", defendeu a agora presidenta em seu discurso de posse

Já como presidenta eleita, Quinteros agradeceu os votos, defendeu a união de "todos os setores" para formar um "novo acordo social para os povos do Chile".

Ela substituirá a professora universitária e indígena mapuche Elisa Loncón, que deixa o cargo após o mandato de seis meses da Mesa Diretora expirar. A Convenção Constitucional também está renovando sete vice-presidências, sendo que dois destes cargos são reservados a povos originários.


Jaime Bassa e Elisa Loncón, o ex-vice-presidente e a ex-presidenta da Constituinte / Convenção Constitucional do Chile

A primeira mesa diretora da Constituinte estabeleceu o regulamento interno de funcionamento do organismo, criou comissões temáticas e determinou o cronograma de funcionamento do órgão.

Em fevereiro, os políticos votarão a nova Constituição e precisarão obter dois terços dos votos do plenário para aprovar o texto. Quando esta etapa estiver finalizada, o texto da nova Carta Magna será submetido a um plebiscito popular que decidirá sobre sua adoção. 

Edição: Arturo Hartmann