A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta segunda-feira (06/12) as credenciais dos diplomatas nomeados pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como representantes legítimos do país.
Para o embaixador venezuelano nas Nações Unidas, Samuel Moncada, a decisão ratifica o reconhecimento internacional do governo Maduro e ataca as pretensões do ex-deputado Juan Guaidó de se autonomear "presidente encarregado" da Venezuela.
"É uma vitória do povo soberano contra as agressões coloniais dos EUA. Uma vitória do direito internacional e da autodeterminação dos povos", afirmou Moncada.
Em 2019, quando Guaidó se autoproclamou "presidente" da Venezuela, cerca de 60 países, encorajados pelos Estados Unidos, decidiram reconhecer o então deputado como governante do Estado venezuelano.
:: O que está acontecendo na Venezuela? Veja cobertura completa ::
O embaixador do país na ONU lembrou o ocorrido, afirmando que, "em 2019, o escravo colonial criado pelos EUA para roubar a Venezuela teve apoio de 60 países". "Hoje, apenas 16 dos 193 países se negaram a reconhecer o presidente Maduro", disse. Os países que votaram contra o reconhecimento aos diplomatas venezuelanos foram EUA, Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Equador, El Salvador, Geórgia, Guatemala, Honduras, Israel, Paraguai, Reino Unido, Coreia do Sul e Ilhas Marshall.
Apesar da votação desta segunda-feira na ONU ser protocolar, a postura chama a atenção já que, em 2018, quando Maduro foi reeleito presidente, alguns governos decidiram não reconhecê-lo com a justificativa de que o pleito do país não teria tido "legitimidade e transparência".
A decisão desta segunda também foi celebrada pelo chanceler da Venezuela, Feliz Plascencia, que classificou o reconhecimento como "um golpe contra a ingerência e a agressão imperialista".
"É um banho de realidade a quem persiste em alimentar uma fantasia política moribunda com a intenção de seguir lucrando com os ativos roubados do país", disse o ministro em referência a empresas estatais venezuelanas no exterior, como a Citgo e a Monomeros, que passaram a ser controladas por Guaidó e seu grupo.