Pressão

Contra o bloqueio: Organizações internacionais doam toneladas de alimentos a Cuba

Ação de solidariedade ocorre em momento de acirramento da pressão para que governo do Estados Unidos cancele embargo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Militantes desembarcam em Cuba com toneladas de alimentos - The People's Forum

Organizações estadunidenses ligadas à Assembleia Internacional dos Povos doaram 8 toneladas de alimentos ao povo cubano nesta sexta-feira (5). O carregamento foi entregue ao Martin Luther King Memorial, fundado na ilha pela Igreja Batista Ebenezer e que tradicionalmente atua na articulação com movimentos populares dos Estados Unidos.

O gesto se alinha a uma série de ações de pressão ao governo de Joe Biden para que o embargo econômico imposto a Cuba seja cancelado. O bloqueio existe desde a década de 1960 e foi potencializado quando Donald Trump ocupava a presidência.

Há quase trinta anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) vota e aprova uma resolução que condena as sanções e exige a suspensão imediata das medidas. Os apelos têm apoio de centenas de nações. No entanto, durante o governo Trump foram emitidas 243 sanções unilaterais.

Em julho deste ano, uma carta publicada no jornal The New York Times e assinada por mais de 440 personalidades do mundo todo, criticava o embargo. Entre os nomes que apoiaram o manifesto estão Chico Buarque, Jane Fonda, Susan Sarandon, Danny Glover e Mark Ruffalo e os ex-presidentes Lula e Rafael Correa.

O documento pede que Joe Biden, atual chefe da Casa Branca, acabe com as “medidas coercitivas” criadas por Trump e comece o processo de normalização total das relações entre os dois países. Até hoje, nenhuma das decisões foi revertida pelo novo mandatário estadunidense.

::Carta no NYT: Lula, Jane Fonda e mais 440 figuras pedem a Biden fim do embargo a Cuba::

Os prejuízos causados pela embargo superam US$ 147,8 bilhões. O diretor executivo do People’s Forum, Manolo de los Santos, afirma que as doações não compensam os danos causados, mas representam um chamado por mudanças.

"(As ações) mostram nosso desejo de impedir que nosso governo tente estrangular a economia cubana e tornar a vida do povo miserável. Nosso desejo de deixar os cubanos determinarem seu próprio futuro, livres da interferência dos EUA". ressalta.

Os grupos que prestam ajuda solitária também atuam em articulações com o governo dos EUA e o Congresso do país. À frente do gesto, estão a organização de mulheres, CodePink, o People’s Forum de Nova York e o movimento cubano Puentes de Amor.

Edição: José Eduardo Bernardes