Coluna

Cuba pode ajudar Washington em muitas questões

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Tradução: Carmen Diniz

Especialistas e cientistas da Ilha indicariam à Casa Branca como combater as mudanças climáticas porque aquele país é considerado uma das nações que mais destrói o meio ambiente - Foto: Michael Reynolds / EFE / EPA
Cuba continua ao lado do povo, defendendo sua soberania e independência

Por Hedelberto López Blanch*

Se os Estados Unidos eliminassem o bloqueio econômico, comercial e financeiro que mantêm há 60 anos contra Cuba, o governo e o povo da ilha poderiam cooperar e ajudar a melhorar muitas questões.

Se Washington pusesse de lado sua arrogância imperial e estabelecesse relações normais e respeitosas com Havana, o governo da nação caribenha o ensinaria como realizar vacinações em massa gratuitas, eficazes e de baixo custo para todos os seus habitantes.

Além disso, poderia estabelecer um intercâmbio benéfico com as indústrias de biotecnologia para que milhões de americanos pudessem ter acesso às vacinas contra covid-19 (Soberana 2, Soberana Plus e Abdala); heberprot-P para tratar úlceras de pé diabético; a vacina CIMAvax-EGF contra câncer de pulmão e outros produtos com qualidade e eficiência comprovadas.

Orientaria como controlar o narcotráfico e a proliferação de drogas que inundam todo o território norte-americano e causam milhares de mortes anualmente, a maioria delas em adolescentes, e manteria uma colaboração eficiente contra o narcotráfico transportado pelos mares do Caribe a partir de de alguns países latino-americanos ao gigante do Norte.

::Cuba é o primeiro país da América Latina a vacinar 80% da população com 1ª dose contra covid-19::

Brigadas médicas internacionalistas, como Henry Reeve, poderiam orientá-lo sobre como ajudar milhões de pessoas no mundo que sofrem desastres como epidemias, terremotos, inundações, furacões, em vez de enviar seus filhos para realizar invasões no Panamá, República Dominicana, Granada, Vietnã, Iraque, Afeganistão, Síria e outras regiões do planeta.

Cuba mostraria como implementar uma educação gratuita do primário ao universitário, bem como saúde pública para a maioria de seus habitantes, sem ter que pagar por um seguro, inatingível para muitos americanos.

O governo e o povo cubanos forneceriam algumas aulas para que nessa sociedade as pessoas não fossem discriminadas por causa da cor de sua pele e evitaria os assassinatos que a polícia comete diariamente contra afro-americanos, latinos e asiáticos.

A pequena ilha caribenha concordaria em aconselhar o gigante do Norte, como deve tratar, não só seus vizinhos, mas também muitas nações da África, Oriente Médio e Ásia, com respeito, colaboração e paz sem ter que fazer guerras de saques constantes ou métodos infelizes de bloqueios e "sanções" contra aqueles que não lhe obedecem.

Havana explicaria que sua política agressiva de bloqueios e extorsões não funcionou para subjugar países como China, Rússia, Irã, Nicarágua, Bolívia ou Cuba (para citar alguns) e o que conseguiu foi unir mais esses povos com seus líderes.

Especialistas e cientistas da Ilha indicariam à Casa Branca como combater as mudanças climáticas, porque aquele país é considerado uma das nações que mais destrói o meio ambiente.

Em suma, muitas são as lições que a Revolução Cubana ofereceria aos Estados Unidos se o bloqueio à ilha fosse eliminado e se estabelecessem relações de respeito mútuo entre as duas nações.

A decisão para um melhor entendimento cabe a Washington. Cuba, entretanto, continua ao lado do povo, defendendo sua soberania e independência.

 

*Hedelberto López Blanch é jornalista cubano. Escreve para o diário Juventud Rebelde e para o semanário Options. É autor de "Emigração cubana nos Estados Unidos", "Histórias secretas de médicos cubanos na África" ​​e "Miami, dinheiro sujo", entre outros.

**Artigo publicado anteriormente no periódico Resumen Latinoamericano Cuba

***Conexão Cuba é uma coluna sobre a ilha Caribenha com assuntos relacionados a política, economia, tecnologia, saúde e cultura. 

Edição: Anelize Moreira