O ministro de governo da Bolívia, Eduardo del Castillo, afirmou nesta segunda-feira (18) que nomes ligados a Jeanine Áñez negociaram com paramilitares um plano para matar o então presidente eleito Luis Arce em 2020. Escolhido pelas urnas há exatamente um ano, o objetivo do homicídio seria impedir a posse de Arce.
De acordo com Castillo, o plano foi elaborado por paramilitares colombianos que participaram do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, em julho deste ano. Entre eles, estaria German Alejandro Rivera García, ex-capitão do exército colombiano, detido em Porto Príncipe após assumir participação do assassinato de Moise.
Também teria viajado à Bolívia Antonio Intriago — opositor venezuelano dono da empresa de segurança privada que recrutou os paramilitares colombianos para o plano de magnicídio contra Arce e, mais tarde, contra Moise.
Segundo apontam as investigações, os paramilitares viajaram da Colômbia e dos Estados Unidos para a Bolívia poucos dias antes das eleições presidenciais e se hospedaram em um hotel a poucos metros da Praça Murillo, onde foi realizada a cerimônia de posse de Arce.
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Antes, eles teriam se reunido com ex-funcionários do governo interino de Jeanine Áñez no estado de Santa Cruz de la Sierra, historicamente governado pela oposição de direita. Após o plano frustrado, os ex-ministros de Governo e de Defesa de Áñez fugiram do país passando pelo Brasil. Parte da informação foi confirmada publicamente com áudios, emails e fotografias divulgados pelo ministro de Governo boliviano.
"Aqui com provas fieis estamos demonstrando que existiu um plano para matar Luis Arce", afirmou o ministro Eduardo Del Castillo.
Correligionários do presidente boliviano já haviam denunciado, em novembro de 2020, planos para matar Arce.
Após um ano do retorno do MAS-IPSP ao poder, as tensões com os protagonistas do golpe de Estado continuam. Na última semana, Luis Fernando Camacho convocou uma "greve cívica" contra o governo Arce, estimulando a violência dos Comitês Cívicos — organizações estaduais controladas pela direita — em todo o país.
A justificativa para a greve era rechaçar o Projeto de Lei nº 1.386, contra legitimação de ganhos ilícitos e o financiamento do terrorismo. Após os atos opositores, o governo retirou o PL.
Edição: Thales Schmidt