VACINA

“Se precisar tomar vacina até na testa, eu tomo”, diz Lula no Maranhão

Ex-presidente condena atitudes genocidas de Bolsonaro e reforça a importância do SUS e do respeito à ciência

Brasil de Fato | Imperatriz (MA) |

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Lula recebe colete do SUS do Maranhão, símbolo da luta pela defesa da saúde pública e combate à pandemia. - Hannah Letícia/MST-MA

Em visita às obras do Hospital da Ilha, em São Luís, Lula recebeu das mãos do Secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, o colete do Sistema Único de Saúde (SUS), em ato simbólico que deu início à aplicação da segunda dose de vacinação contra a covid-19 aos operatórios da construção.

Lula condenou as atitudes de desrespeito do governo Bolsonaro aos profissionais da saúde e da ciência no país e relembrou o potencial de vacinação do Brasil, que durante o seu governo chegou a vacinas 88 milhões de pessoas contra a H1N1, em apenas três meses.  

“Eu acredito tanto na ciência que se for necessário tomar vacina na testa, eu tomo. Nós precisamos ter responsabilidade. O Brasil tem a maior capacidade de vacinação do mundo. Em três meses vacinamos três milhões de pessoas e isso demonstra a qualidade do SUS e a competência dos nossos agentes de saúde”.

Ao lado do governador Flávio Dino (PSB), Lula denunciou as atitudes que apontou como genocidas e irresponsáveis do governo Bolsonaro, que mesmo após a morte de mais de meio milhão de pessoas no Brasil, insiste em ir contra a ciência.

“Se o governo brasileiro não tem responsabilidade para cuidar de uma pandemia como essa, que em poucos meses condenou todos os povos do mundo, aqui vocês estão dando uma lição de moral a eles, para que parem de mentir, de receitar remédios que não curam e aparecer nas ruas sem máscaras. Nós queremos viver", afirmou o ex-presidente.


Visita ao local marca a trajetória do governo do Lula em defesa da saúde pública no país / SECOM / MA

O hospital visitado pelo ex-presidente será o maior complexo de saúde do Maranhão, com mais de 200 leitos na fase inicial e previsão de expansão para alcançar 400 leitos, atendendo aos serviços de urgência e emergência.

Dino explica que o hospital tem 343 trabalhadores e trabalhadoras nas obras, mas em razão da pandemia, somente uma pequena parcela deles puderam participar do encontro, que reforça o compromisso do governo com a saúde pública.

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"Todos que estão aqui representam segmentos. Não podemos reunir dez mil pessoas, mas convidamos os trabalhadores e trabalhadoras da construção civil que estão empenhando todos os seus esforços na construção desse hospital. Quem está construindo o hospital para o povo do Maranhão não sou eu, é o próprio povo do Maranhão!".


Lula parabeniza o empenho do governador FLávio Dino em defesa da ciência, da verdade e da vida / Ricardo Stuckert

Ao destacar o empenho do governador Flávio Dino, que compõe o Consórcio Nordeste e se destaca desde o início em ações de combate à pandemia, Lula reforçou a importância da vacinação em massa e considera que deveria ser obrigatória para toda a população.

"Esse bonito gesto que assisti aqui hoje afirma em alto e bom som a todo o povo brasileiro que o vírus é transmissível e que cada um de nós precisa se vacinar. Eu acho que deveria ser até obrigatório. Nenhuma criança gosta de tomar remédio, mas não é por isso que a mãe deixa de dar o remédio, porque ela quer cuidar e salvar a criança", explica.

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Bolsonaro, que chegou a ser enquadrado pelo Superior Tribunal Federal (STF) em razão da tentativa de imposição de uma Medida Provisória que livraria agentes de punição por ações contrárias às recomendações médicas e científicas durante a pandemia do novo coronavírus foi alvo de duras críticas.


Governo Bolsonaro é investigado pela compra ilegal de vacinas e disseminação de notícias falsas sobre a pandemia  / Divulgação - Presidência da República

Em meio à pandemia, o governo federal é alvo de investigações em duas grandes frentes, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, que investiga uma possível rede de disseminação de notícias falsas sobre temas como a eficácia das vacinas contra o coronavírus e a existência de “tratamentos precoces”.

 

Edição: Leandro Melito