Os nicaraguenses saíram às ruas desde cedo, nesta segunda-feira (19), para celebrar os 42 anos da Revolução Sandinista, levantamento popular que em 1979 que derrubou a ditadura de Anastasio Somoza. Com carreatas e manifestações nas ruas das principais cidades do país, os sandinistas recordaram o triunfo popular.
"É uma demonstração da presença do sandinismo em todo o país, que alguns agentes estrangeiros estão tentando fragilizar. Aqui estão os sandinistas, aqui está todo o povo presente e dispostos a defender essa revolução", afirmou em entrevista à Telesur, o deputado Wilfredo Navarro (FSLN).
Após tomarem importantes regiões do país, os sandinistas marcharam rumo à capital Manágua. Em 17 de julho de 1979, o então ditador Anastasio Somoza fugiu para Miami. A revolução triunfou dois dias depois, tomando o controle da capital e instaurando a Junta de Governo, que passaria a administrar o período de transição.
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Entre os fundadores da FSLN estão Carlos Fonseca Amador, Tomás Borge Martínez e Sílvio Mayorga. Apenas Borge sobreviveu para ver o triunfo da revolução em 1979.
O atual presidente Daniel Ortega foi um dos guerrilheiros que dirigiu a Frente Sandinista de Liberação Nacional para derrotar 40 anos de regime da família Somoza, governou o país até 1990 e depois foi reeleito em 2007.
Conquistas da Revolução Sandinista
Além de elaborar uma nova constituição em 1987, a FSLN foi responsável por levar eletricidade a 98% dos lares nicaraguenses, declarar a saúde como um direito público, construindo 18 hospitais estaduais e outros 13 de atenção primária. Hoje o país centro-americano conta com 87 unidades hospitalares e possui outras sete em construção.
O aumento da atenção médica reduziu a mortalidade infantil em 58% e a mortalidade materna em 59%.
O governo sandinista garante o pagamento de pensões previdenciárias a cerca de 357 mil trabalhadores na cidade e no campo. Entre 2007 e 2019, o valor do salário mínimo duplicou. Além disso, a nação mantém uma média de 5% de crescimento econômico anual.
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Com as políticas sociais, a FSLN reduziu a pobreza pela metade, passando de 48% a 24% e a pobreza extrema de 20% a 6,3%, em 2019.
Ainda no primeiro período da gestão sandinista, foi colocada em prática a Cruzada Nacional da Alfabetização reduzindo o nível de analfabetismo superior a 50%, em 1979, para 12% em apenas dois anos.
Já em 2007, quando Ortega voltou ao poder, o seu primeiro decreto presidencial retomou o direito à educação pública, gratuita e de qualidade.
Repercussão
Presidentes e líderes políticos latino-americanos expressaram suas felicitações ao governo sandinista.
O ex-presidente Lula da Silva enviou uma carta afirmando que o período em que exerceu a presidência, junto a Ortega, puderam mostrar que é possível governar com prioridade às necessidades do povo. "Desejo que a Nicarágua continue pelo caminho da paz e prosperidade sempre junto ao seu povo, a partir do legado histórico de Sandino", escreveu Lula.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro também se manifestou. "Saudações a Daniel, Rosário e ao povo nicaraguense, que enfrentam uma arremetida imperial, preservando a liberdade e a soberania do seu país", publicou.
Como fiel defensor de la causa de Sandino, celebro los 42 años de la victoria de la Revolución Popular Sandinista. Mi saludo a Daniel, a Rosario y al pueblo nicaragüense, quienes enfrentan las arremetidas imperiales, preservando la libertad y la soberanía de su país. pic.twitter.com/R9GDatBIZU
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) July 19, 2021
Já o vice-presidente boliviano, David Choquehuanca disse "reafirmamos nossa luta contra o imperialismo revivendo os passos de Sandino".
O chanceler Bruno Rodríguez também expressou o apoio da revolução cubana à Nicarágua. "Nossas sinceras felicitações ao povo irmão da Nicaragua. Estendemos um fraterno ao presidente Daniel Ortega e nossa solidariedade ante o complexo cenário internacional", declarou Rodríguez.
Edição: Rebeca Cavalcante