Nesta quarta-feira (23), a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) votou pela 29ª vez uma resolução pelo fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos contra Cuba desde 1962.
Novamente, a ampla maioria das nações votou pelo fim do embargo, com 184 votos a favor, dois contrários (Estados Unidos e Israel) e três abstenções (Colômbia, Ucrânia e Emirados Árabes Unidos).
URGENTE. La Asamblea General de la ONU aprueba la resolución que pide el fin del embargo estadounidense a #Cuba
— Noticias ONU (@NoticiasONU) June 23, 2021
184 votos a favor
2 en contra (Estados Unidos e Israel)
3 abstenciones (Colombia, Ucrania y Emiratos Árabes Unidos) pic.twitter.com/8oTrZFBxx0
A resolução é proposta anualmente pelo governo cubano que denuncia o prejuízo de US$ 147,8 bilhões em quase 60 anos de bloqueio econômico.
Durante a gestão de Donald Trump o embargo ainda foi recrudescido com a aplicação de 243 medidas coercitivas unilaterais, afetando diretamente o envio de remessas dos EUA à ilha caribenha e o acesso a combustível.
Somente em 2020, durante a pandemia, o país registrou perdas de US$ 3,5 bilhões por conta da imposição do bloqueio, que dificulta o acesso a insumos médicos.
Cuba foi o primeiro país da América Latina a desenvolver uma vacina própria contra a covid-19, mas conta com doações internacionais para adquirir seringas.
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Durante sua exposição, o representante cubano destacou o caráter extraterritorial da medida, que penaliza terceiros países que queiram comercializar com a ilha.
“É uma grande vitória da justiça e da verdade para o povo cubano”, declarou o Ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez.
O presidente cubano também comemorou o resultado. “São já 28 anos de rechaço mundial ao bloqueio. Os agressores ficam sem argumentos e os solidários reforçam seu apoio”, publicou Miguel Diaz Canel.
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Ainda que o documento seja enviado à Assembleia Geral da ONU pela missão diplomática cubana, os países do Movimento dos Não Alinhados (MNOAL), além do grupo China + 77 reiteram seu suporte à petição anualmente.
“A violência econômica se tornou a arma preferida dos Estados Unidos para expandir sua guerra perpétua. Os EUA são uma ameaça para a segurança da humanidade, já que está comprovado que a agressão econômica tem um impacto comparável a uma guerra convencional”, afirmou o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada.
Emb. @SMoncada_VEN: La violencia económica se ha convertido en el arma preferida de EEUU para expandir su “guerra perpetua”. EEUU es una amenaza para la seguridad de la humanidad pues está comprobando que la agresión económica tiene un impacto comparable a la guerra convencional. pic.twitter.com/93dfrWCUG2
— 🇻🇪Mission of Venezuela to the UN (@ONUVENuevaYork) June 23, 2021
Em nome da Comunidade dos países do Caribe (Caricom), o chanceler do Haiti, Antonio Rodrigue afirmou:"Vamos seguir reiterando nossa oposição e rechaço à imposição de medidas coercitivas unilaterais e seguiremos convocando ao fim imediato e incondicional do bloqueio".
Da mesma forma, o representante da Argélia, Soufiane Mimouni salientou "o bloqueio obstrui o desenvolvimento econômico e afeta seu esforço de implementar a Agenda 2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável".
"É um exemplo flagrante de uma política exterior agressiva, que viola direitos humanos e o bem-estar do povo cubano", destacou o embaixador russo, Vasili Nebenzia.
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Mesmo com os impactos negativos do bloqueio, Cuba desenvolve seis fórmulas próprias contra a covid-19, a Soberana 02 com 62% de eficácia comprovada e a Abdala com 92% de eficácia aprós aplicação de três doses.
Durante a pandemia, o governo cubano enviou missões médicas a 39 países para ajudar na contenção da crise sanitária.
Até o momento,a ilha acumula 172 mil infectados e 1.193 falecidos pela doença, segundo o Ministério de Saúde Pública.
Edição: Leandro Melito