Faixa de Gaza

Israel bombardeia prédio com escritórios da emissora Al Jazeera e da agência AP

Edifício de 12 andares abrigava veículos de comunicação e apartamentos residenciais

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Israel bombardeou edifício de 12 andares abrigava veículos de comunicação e apartamentos residenciais - Mahmud Hams / AFP

O Exército de Israel bombardeou e destruiu neste sábado (15) um prédio de 12 andares localizado em Gaza que abrigava escritórios da emissora catari Al Jazeera, da agência norte-americana Associated Press e outros veículos de comunicação, além de apartamentos residenciais.

O ataque faz parte das hostilidades conduzidas pelo governo israelenses contra a Faixa de Gaza que já entram no 6º dia consecutivo e já deixaram 140 palestinos mortos, incluindo 39 crianças, segundo o Ministério da Saúde da região.

A repórter da Al Jazeera Safwat al-Kahlout, que está em Gaza, se disse chocada com o bombardeio e afirmou que levou dois segundos para que o prédio desabasse.

"Eu trabalho aqui há 11 anos. Cobri muitos eventos desse prédio, nós vivemos muitas experiências profissionais e agora, em dois segundos, tudo desapareceu", disse.

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Segundo a correspondente, todos os seus colegas, "apesar da tristeza, não pararam um segundo". "Estamos buscando alternativas para manter a Al Jazeera funcionando".

Harry Fawcett, outro repórter da emissora que está na região, afirmou que o ataque "é um momento muito pessoal para todos nós".

A agência AP, por sua vez, disse que o dono do prédio teria recebido "um aviso" por parte dos militares israelenses de que o lugar seria bombardeado. Entretanto, ainda de acordo com o veículo, "não houve explicação imediata do motivo do ataque".

Pelo Twitter, a produtora da Al Jazeera Linah Alsaafin publicou um vídeo do momento da destruição do edifício e criticou o bombardeio, afirmando que "isso é o direito de Israel se defender".

Ataque mais mortal de Israel

Antes do bombardeio contra o edifício, um ataque das forças israelenses havia atingido um campo de refugiados em Gaza que, segundo a AP, foi a ação que deixou o maior número de pessoas mortas de uma só vez desde o início das hostilidades: 10 palestinos morreram, sendo oito crianças e duas mulheres.

O Hamas, por sua vez, voltou a responder as ações com o lançamento de foguetes contra Israel. Neste sábado, um ataque atingiu a cidade de Ramat Gan, próximo a Tel Aviv, que deixou duas pessoas mortas.

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Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 140 palestinos já morreram desde o início dos bombardeios israelenses e outras 950 ficaram feridas.

10 mil palestinos abandonaram suas casas

A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira (14) que cerca de 10 mil palestinos foram forçados a abandonar suas casas em Gaza por conta dos ataques de Israel. 

Em comunicado, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas afirmou  que mais de 200 casas e 24 escolas foram destruídas ou danificadas na região durante os dias de ataques de Israel. 

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A ONU ainda alertou para uma possível limitação do acesso dos moradores à água potável e alimentos, já que redes de energias, tubulação e fontes de alimentação estão sendo cortadas como resultado das ações militares.

A coordenadora da ONU na Palestina, Lynn Hastings, destacou a "crescente crise humanitária em Gaza" e pediu que autoridades não privem a população local de auxílio.