Desde o dia 9 de maio, o presidente argentino, Alberto Fernández, visita seus pares em países da Europa em busca de apoio para a renegociação da dívida externa do país. Após passagens por Portugal, Espanha e França, o mandatário realizou a principal reunião da visita ao continente nesta sexta-feira (14), em um encontro de cerca de uma hora e meia com Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). A Argentina possui uma dívida de 44 bilhões de dólares com o fundo, contraída durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri.
Considerado um dos temas centrais da visita à Europa, Fernández apresentou à diretora-gerente a necessidade de rever a política de juros do FMI em um contexto de pandemia. "Ela foi compreensiva sobre o que está acontecendo na Argentina", observou Fernández, após a reunião. "Mas isso é uma negociação; no final das contas, tudo está reduzido a isso", disse.
O chefe de governo, porém, mostrou-se otimista após o encontro para renegociar a dívida: "Tivemos um diálogo franco onde expressamos nossa disposição para resolver o problema da dívida. A vocação é encontrar um acordo no curto prazo."
Por sua vez, Georgieva destacou que a reunião foi construtiva e que as equipes técnicas seguirão trabalhando para chegar a um acordo.
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Passagem pela Europa
Alberto Fernández faz sua segunda visita à Europa como presidente da Argentina. Ele chegou em Portugal, no domingo do dia 9 de maio, acompanhado de sua companheira Fabiola Yáñez e sua equipe: o chanceler Felipe Solá; o ministro da Economia, Martín Guzmán; o secretário-geral da Presidência Julio Vitobello; o secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Beliz; e o secretário de Comunicação e Imprensa, Juan Pablo Biondi.
A respeito da dívida externa, a Argentina já recebeu o apoio declarado para a renegociação do presidente francês Emmanuel Macron, conforme anunciado na coletiva de imprensa que realizaram os mandatários na terça-feira (11). Além de acompanhar a renegociação com o FMI, Macron também firmou seu apoio em relação à dívida do país latino-americano com o Clube de Paris, com quem a Argentina tem um vencimento de 2,4 bilhões de dólares no próximo 30 de maio.
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As ações de empresas argentinas na bolsa de Nova York subiram quase 7% logo após o anúncio sobre a possibilidade de postergação do pagamento da dívida da Argentina com o Clube de Paris.
Já em sua passagem pela Espanha, Fernández recebeu apoio do presidente espanhol Pedro Sánchez, que assegurou um plano de cerca de 4.500 milhões de euros, aprovado pelo seu gabinete de Ministros, para investir na América Latina, com ênfase na Argentina.
A viagem deve terminar neste sábado, 15 de maio.
Edição: Vinícius Segalla