Defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tratamento precoce contra a covid-19, a cloroquina foi rejeitada pelos brasileiros.
De acordo com a Pesquisa Saúde Brasil, realizada pelo Comunicação Política e Saúde Pública (CPS) da Universidade de Brasília (UnB) e pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), apenas 3% da população afirma ter ingerido o medicamento.
Os pesquisadores perguntaram, também, sobre outros medicamentos que fazem parte do chamado “kit-Covid”, defendido por bolsonaristas.
A ivermectina foi tomada por 19% dos entrevistados; 12% afirmaram ter ingerido azitromicina; e 2% consumiram hidroxicloroquina. Ao todo, apenas 27% da população aderiu aos remédios recomendados por Bolsonaro para combater o coronavírus. Outros 73% ignoraram o tratamento preventivo.
Desde março de 2020, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia do coronavírus, Bolsonaro tem insistido que a Saúde não pode ser a maior preocupação do governo, mas sim a economia.
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A Pesquisa Saúde Brasil mostra que apenas 3% da população acha que a economia seja o principal problema do Brasil atualmente. Para 36%, é a corrupção; 30% disseram que é a saúde; 22% apontaram a política; e 4% indicaram a educação.
Em dezembro de 2020, 38% dos entrevistados afirmavam estar muito preocupados com a covid-19. Agora, são 52%. Entre os que disseram estar um pouco preocupado, houve uma queda de 22% para 17%. Os que estavam nada preocupados, caiu de 6% para 4%.
A pesquisa mostra, ainda, que 86% dos brasileiros conhecem alguém que morreu por covid-19. Desses, 17% afirmaram que perderam um membro da família para a doença; 22% disseram que um amigo próximo foi a óbito; e 63% indicaram que a morte foi de uma pessoa não tão próxima.
A Pesquisa Saúde Brasil foi realizada entre os dias 31 de março e 16 de abril, com 1.232 pessoas em todos os estados brasileiros. A margem de erro do levantamento é de 3%.
Tratamento precoce
Não há comprovação científica da eficácia do uso de cloroquina e hidroxicloroquina contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as instituições de saúde brasileiras.
A ivermectina, assim como a cloroquina e hidroxicloroquina foram adotadas, pelo próprio governo federal, como tratamento para prevenir o coronavírus -- parte do chamado "kit covid", com drogas que supostamente (e sem comprovação científica) seriam eficazes no "tratamento precoce da doença".
Diversos especialistas já se pronunciaram acerca do uso da Ivermectina no combate e prevenção da covid-19. Médicos têm relatado casos em que o uso da substância levou pacientes à falência hepática, ou seja, o paciente precisa de um transplante de fígado para sobreviver.
Edição: Leandro Melito