Pandemia

Após relaxar medidas de "zero covid", China enfrenta aumento de casos

Autoridades buscam fortalecer os sistemas de saúde para enfrentar a disparada no número de infecções

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Centro de teste de covid-19 em Xangai, na China - Hector Retamal / AFP

A China vem lutando contra um rápido aumento no número de casos de covid-19 e preparando clínicas e hospitais para atender os pacientes. O novo pico ocorre apenas algumas semanas depois de o país flexibilizar as restrições de sua estrita política de "zero covid".

As políticas públicas contra o vírus SARS-CoV-2 foram alteradas após o país registrar protestos no final de novembro contra os rígidos mecanismos adotados pelas autoridades para conter a pandemia. Na ocasião, representante do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças chegou a afirmar que seriam adotadas medidas de "correção de políticas públicas excessivas".

Após o cancelamento da maioria das restrições, a variante ômicron se espalhou rapidamente e o serviço de saúde se viu pressionado. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, mais de 130 subvariantes da ômicron foram detectadas na China nos últimos três meses.

"A Comissão Nacional de Saúde emitiu uma circular especial com medidas claras para fortalecer o atendimento em hospitais e o cuidado com as equipes médicas. Foram criadas condições de atenção nas instituições de saúde, mas, acima de tudo, os profissionais estão fazendo todo o possível para lidar de maneira eficaz com o aumento de pacientes", afirmou Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde da China.

De acordo com o jornal estatal chinês Global Times, as farmácias do país estão distribuindo de maneira gratuita medicamentos para tratamento de febre e sintomas gripais, como ibuprofeno.

A situação chinesa também foi comentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Na China, o que foi reportado é um número relativamente baixo de casos em UTIs, mas os relatos são de que as UTIs estão lotando", afirmou o chefe de emergências da OMS, Michael Ryan. "Temos dito isso há semanas, que esse vírus altamente contagioso sempre será muito difícil de deter completamente, apenas com saúde pública e medidas sociais".

Edição: Arturo Hartmann