Uma nova mentira sobre a possível eficácia de medicamentos para tratar ou curar a covid-19 voltou a circular: a de que a ivermectina seria 90% eficaz como profilaxia, 80% eficiente como tratamento precoce e 50% para tratamento tardio da doença.
O medicamente é um anti-parasitário usado há quatro décadas contra vermes e outros parasitas. Também é usado por veterinários, para combate de pulgas e carrapatos em animais de estimação.
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A fake news (notícia falsa, em português) tem como fonte uma página da internet que apresenta uma suposta análise de 45 estudos sobre a eficácia do medicamento. A análise, no entanto, não segue padrões mínimos de metodologia de pesquisa, mistura trecho de diferentes estudos e induz o leitor ao erro, segundo pesquisador entrevistado pela agência Lupa.
Fabricante não recomenda uso
Em fevereiro deste ano, a própria fabricante da ivermectina, a farmacêutica Merck Sharp and Dohme (MSD), divulgou um comunicado reforçando que não há evidências que o seu medicamento seja eficaz no tratamento e combate da covid-19.
De acordo com a empresa, cientistas continuam a examinar as descobertas de todos os estudos disponíveis e emergentes sobre o efeito do remédio contra a doença causada pelo coronavírus. Mas, até o momento, não há nenhuma base científica que aponte efeitos positivos em pacientes.
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O laboratório alerta, ainda, para a “preocupante falta de dados de segurança” em estudos que recomendam seu uso. Além disso, as atividades clínicas também não apontaram “evidência significativa” dos efeitos do medicamento em pacientes que contraíram a covid-19.
Não existem medicamentos para tratar a covid-19. Todos os remédios usados são destinados ao controle de sintomas e a efetividade depende da fase da doença e das condições de cada paciente.
Em junho de 2020, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou um posicionamento sobre os medicamentos usados no Brasil para tratamento de infectados pelo coronavírus.
O documento destaca que não há comprovação de eficácia da ivermectina em humanos e alerta: "Só estudos clínicos permitirão definir seu benefício e segurança contra a covid-19."
Recentemente, médicos têm relatado casos em que o uso do medicamento levou pacientes à falência hepática, ou seja, o paciente precisa de um transplante de fígado para sobreviver.
Edição: Poliana Dallabrida