O Ministério Público da Venezuela solicitou ao Tribunal Supremo de Justiça o envio à Espanha de um pedido de extradição de Leopoldo López, fundador do partido opositor Vontade Popular. A Suprema Corte já admitiu a solicitação e irá proceder com o pedido.
López foi condenado a quase 14 anos de detenção pela morte de 13 pessoas durante as guarimbas - atos violentos opositores - de 2014, por isso cumpria prisão domiciliar desde 2015. No entanto, o braço direito de Juan Guaidó fugiu da detenção para colocar em prática uma tentativa de golpe de Estado no dia 30 de abril de 2019.
Na época, contou com a colaboração do ex-diretor geral do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), Manuel Cristopher Figuera, quem também participou do golpe falido e, mais tarde, fugiu para os Estados Unidos.
Já López pediu refúgio na embaixada espanhola em Caracas e fugiu para Madri em outubro do ano passado.
Os detalhes da sua viagem não foram divulgados, mas o próprio opositor assegura que viajou até a ilha caribenha de Aruba, onde tomou um vôo para a capital espanhola.
O MP exige que Leopoldo López seja extraditado para cumprir com sua prisão domiciliar e para avançar nas investigações da sua relação com a Operação Gedeon - tentativa de intervenção paramilitar no governo em maio de 2020.
López teria sido um dos autores intelectuais do operativo militar e, segundo autoridades venezuelanas, contou com apoio dos governos da Colômbia e da Espanha para articular o plano desestabilizador.
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Logo depois de fugir da Venezuela, o líder do partido Vontade Popular iniciou uma turnê internacional, reunindo-se com o presidente colombiano Iván Duque e o secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
O líder opositor assegura que em Madri foi instalado "centro de governo de Juan Guaidó".
Recentemente a Assembleia Nacional da Venezuela revelou áudios que comprovam como a oposição venezuelana utiliza os ativos bloqueados nos Estados Unidos para financiar sua estrutura de governo paralelo.
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No último orçamento enviado ao Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC- silgas em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA, a oposição solicitou US$ 53 milhões em fundos para manter seus funcionários, incluído López.
O apoio financiero é questionado pela própria oposição venezuelana, já que meios locais noticiam a vida de luxo de López e sua família em Madri.
Edição: Vinícius Segalla