O Ministério Público da Venezuela anunciou, nesta quinta-feira (25), que irá abrir uma investigação contra o ex-deputado Juan Guaidó, acusado de ser cúmplice do bloqueio de cerca de US$ 7 bilhões (cerca de R$35 bilhões) em ativos do país no exterior, em nações como Estados Unidos e membros da União Europeia.
Desde que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, em janeiro de 2019, Guaidó passou a ser reconhecido como autoridade legítima por aproximadamente 50 países, entre eles Estados Unidos e Brasil. Em janeiro deste ano, a União Europeia oficialmente deixou de reconhecê-lo.
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O líder opositor ainda controla os dois maiores bens públicos venezuelanos no exterior: a Citgo, filial da estatal petroleira PDVSA nos EUA, avaliada em US$ 7 bilhões; e a Monómeros, filial da petroquímica Pequiven na Colômbia. Os valores estariam bloqueados em contas em dólar e depósitos de barras de ouro.
Segundo denúncia do Procurador Geral da República, Tarek William Saab, o ex-deputado teria desviado ainda cerca de US$ 2 bilhões para contas pessoais no exterior.
O ex-deputado já foi acusado de aproveitamento fraudulento de fundos públicos, traição à pátria, rebelião, terrorismo, tráfico de armas e associação para delinquir. Ao todo, o Ministério Público já abriu 25 investigações contra Juan Guaidó.
"O Ministério Público tem toda essa relação de fatos condensada em um expediente, estejam seguros de que a justiça recairá sobre os atores internos e externos que formam parte dessa organização terrorista", afirmou Saab referindo-se ao partido de Guaidó, Voluntad Popular.
Edição: Vinícius Segalla