A União Europeia emitiu um comunicado, nesta quarta-feira (6), anunciando que a partir de agora não irá mais reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. A decisão dos 27 países europeus têm como base o fim do mandato do deputado.
O alto representante de Política Exterior do bloco, Josep Borrell, assegurou que irão manter o contato com todos os atores políticos da oposição.
A UE insiste em não reconhecer o resultado das eleições legislativas do passado 6 de dezembro e por isso "lamenta" a posse da nova Assembleia Nacional, na última terça-feira (5).
No comunicado, o bloco europeu reitera sua postura de exigir uma mudança de governo. "A UE convoca as autoridades venezuelanas e seus líderes a priorizar os interesses do povo venezuelano e se unir para começar uma transição liderada pelos venezuelanos que permita uma saída pacífica, inclusiva e sustentável da crise", declaram.
Com a decisão, o Executivo nacional venezuelano pode estar mais próximo de conquistar judicialmente o direito de novamente administrar seus ativos no território europeu, como é o caso das 31 toneladas de ouro depositadas no Banco da Inglaterra que está sob processo judicial.
Os tribunais britânicos devem decidir qual é a autoridade legítima para gerenciar o valor equivalente a US$ 1,2 bilhão. Com Guaidó sendo reconhecido novamente como líder da oposição, a única autoridade possível seria o governo de Nicolás Maduro.
Os países do Grupo de Lima também deixaram de usar o cargo de presidente ao mencionar o ex-deputado. Em um comunicado, divulgado na última terça-feira (5), Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai e Peru, afirmaram que não reconhecem a formação do novo parlamento venezuelano, senão a Junta Diretiva, que se autoproclamou também no dia de ontem, liderada por Guaidó e outros ex-parlamentares.
Edição: Luiza Mançano