2º turno

Começa apuração das eleições presidenciais no Equador; acompanhe voto a voto

Candidato correísta Andrés Arauz é considerado favorito no 2º turno contra o banqueiro Guillermo Lasso

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Guillermo Lasso e Andrés Arauz, candidatos à Presidência do Equador - Michele de Mello / Brasil de Fato

Neste domingo (11), cerca de 13 milhões de equatorianos foram convocados a definir quem será o seu presidente pelos próximos quatro anos. O candidato da esquerda, União pela Esperança (Unes), Andrés Arauz é considerado favorito contra o banqueiro Guillermo Lasso, do Movimento Criando Oportunidades (Creo).

A contagem rápida dos votos pode ser acompanhada ao vivo pelo site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Ao final desse processo, será realizada a apuração oficial, com checagem voto a voto. O resultado deve ser divulgado nos próximos dias.

O dia de votação transcorreu de maneira tranquila, segundo autoridades. Nas primeiras seis horas de votação, 45% do eleitorado havia comparecido.

Nas unidades diplomáticas no exterior, 410 mil equatorianos estavam habilitados para votar em 43 países, mas somente 30% foram às urnas.


Candidato correísta Andrés Arauz concedeu entrevista coletiva durante a votação e pediu paciência para esperar os resultados oficiais / Zoe Alexandra

Observadores internacionais destacaram atraso em algumas urnas, mas não identificaram situações que "possam colocar em risco o processo", afirmou Marta Martin, observadora e membro do Partido Comunista da Espanha.

A Ouvidoria dos Direitos Humanos (Defensoría del Pueblo) fiscalizou urnas nas 24 províncias do país e publicou três relatórios, evidenciando a normalidade da jornada eleitoral. Os únicos alertas foram para o cumprimento das medidas sanitárias contra a covid-19.

Por conta da segunda onda de contágios, oito províncias equatorianas estão em estado de exceção com restrição da mobilidade, o que inclui as duas regiões mais populosas do país, a cidade de Guayaquil e a capital Quito. 

O Equador acumula 346.817 casos e 17.293 falecidos, segundo dados do Ministério de Saúde.

O candidato correísta, Andrés Arauz acompanhou seu vice, Carlos Rabascall, no momento do voto, no sul da capital equatoriana, já que no seu título de eleitor consta o México como residência permanente.

O economista é favorito à presidência, com cerca de sete pontos percentuais a mais que seu oponente, Guillermo Lasso.

Durante coletiva de imprensa, Arauz convocou os eleitores a esperar pacientes o resultado oficial. 

Já Lasso exerceu seu direito ao voto na sua cidade natal, Guayas, no estado de Guayaquil e afirmou que "a mudança virá".


O banqueiro Guillermo Lasso votou na sua cidade natal, Guayaquil, capital do estado Guayas, região mais populosa do Equador. / Reprodução / Twitter

Denúncias

Durante o dia, o partido União pela Esperança voltou a fazer denúncias que estaria em curso uma tentativa de fraude eleitoral à favor do candidato do movimento Creo.

Segundo a Unes, a empresa de pesquisas eleitorais Cedatos publicaria um resultado de boca de urna favorável a Lasso para fomentar na opinião pública a ideia de um empate técnico.

De fato, o instituto divulgou uma pesquisa com Lasso à frente: 53,24% dos votos contra 46,76% de Arauz. Segundo o Cedatos, a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Durante a tarde, o ex-presidente Rafael Correa, apoiador de Arauz, divulgou em suas redes sociais um histórico das previsões "equivocadas" do Cedatos, questionando sua credibilidade.

Já o instituto Clima Social apontou 50,8% para Arauz contra 49,2% de Lasso, também em boca de urna.

 

O processo foi acompanhado por cerca de 30 mil fiscais de ambos partidos, além de missões de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia. 

Leia também: Máquina pública do Equador é usada contra candidato de Rafael Correa, diz analista

A Missão de Observação do Grupo de Puebla, articulação formada por 17 países, manifestou sua preocupação diante das notícias de uma possível distorção dos resultados. "É imperante impedir um sentimento de incerteza na população sobre a apuração dos votos", disseram os observadores, pedindo que o CNE enfatizasse que somente os órgãos eleitorais podem divulgar resultados oficiais.

Os primeiros resultados oficiais devem ser divulgados por volta das 23h (horário de Brasília). O próximo chefe de Estado deve assumir a presidência no dia 24 de maio. 

Edição: Daniel Giovanaz