A Polícia Militar do Distrito Federal destruiu nesta quarta-feira (7), em Brasília, a Escolinha do Cerrado, espaço criado por voluntários durante a pandemia para garantir o acesso à educação a 20 crianças que viviam em uma ocupação no mesmo local, nas imediações do Centro Cultural Banco do Brasil.
O ação desta quarta foi o fim de um serviço que teve início na segunda-feira (5), quando 38 famílias que viviam na área foram despejadas e tiveram suas casas destruídas.
Durante a operação, que não deixou pedra sobre pedra, tábua sobre tábua da escola, a PM utilizou bombas, spray de pimenta, tratores e escudos. Quatro pessoas foram presas, entre elas o ativista filiado ao PSOL Thiago Ávila.
URGENTE! O companheiro @thiagoavilabr do PSOL-DF e mais 3 ativistas foram presos arbitrariamente e ilegalmente de novo por acompanharem o despejo criminoso de famílias da #OcupaCCBBresiste. O dep @fabiofelixdf já está na delegacia. Revoltante o autoritarismo de @ibaneisoficial! pic.twitter.com/ct2dHhDw3H
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) April 7, 2021
A moradora Ivânia Sousa, que chegou a desmaiar durante a ação policial, gravou o vídeo abaixo, após ser socorrida por amigos. Segundo ela, a luta por moradia não vai parar em virtude da aç]ao do estado nesta quarta.
O terceiro despejo na comunidade foi autorizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última sexta-feira, após uma solicitação do Governo do Distrito Federal (GDF).
A decisão contraria a liminar da 8ª Vara da Fazenda Pública do DF que proibiu ordens de reintegração da ocupação do terreno ao lado do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) durante a crise sanitária.
A decisão foi publicada em 25 de março e atendeu a um pedido da Defensoria Pública. Na ação civil pública, a Defensoria alega que a remoção amplia a vulnerabilidade das famílias em meio à crise sanitária. O órgão evoca a Lei Distrital 6657, aprovada em agosto do ano passado, que proibiu ordens de despejo durante a pandemia.
Edição: Vinícius Segalla