As recentes pesquisas de opinião indicam uma queda livre na popularidade do governo Bolsonaro no Nordeste, nos últimos quatro meses a avaliação positiva do governo federal caiu num patamar recorde de 29%.
Os resultados são da pesquisa Data Poder realizada entre os dias de primeiro e três de fevereiro de 2021.
Na região Nordeste 59% da população possui uma percepção negativa da administração federal contra apenas 29% de percepção positiva.
A acentuada piora na avaliação positiva coincide com a redução do auxílio emergencial de R$ 600,00 para R$ 300,00 no último período e o fim do programa no mês de fevereiro.
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A região possuí atualmente os piores indicadores regionais de emprego e renda, alguns estados beiram o patamar de 20% no desemprego, quando agregamos aqueles que já desistiram de procurar trabalho (desalentados) e os subempregados chegamos a patamares próximos de 50%.
Destaque-se que a grande maioria dos empregos existentes são precários, informais e com rendimentos inferiores ao valor do salário mínimo.
No caso do CadÚnico do governo federal, a região possui mais de 54% da população inserida, ou seja, apresenta situação de vulnerabilidade e carece de algum auxílio ou programa de proteção social para se alimentar.
Desde 2016, a população em situação de pobreza e extrema pobreza vem aumentando de modo significativo.
Os neoliberais do governo federal parecem ignorar a realidade da segunda onda de covid-19
O cenário catastrófico promovido pelo misto falido e anacrônico de fascismo e neoliberalismo que em síntese define o governo Bolsonaro, combinados com a irresponsável e incompetente gestão federativa do governo federal, ante a alarmante situação provocada pela pandemia, adquire um contorno devastador na região Nordeste.
O auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional sob forte resistência do Ministério da Economia liderado por Paulo Guedes, garantiu um patamar mínimo de proteção social para milhões de nordestinos.
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Segundo um estudo da consultoria Tendências o benefício impulsionou o rendimento dos moradores da região em 8,3% no ano passado. Com a interrupção dos pagamentos, haverá um efeito reverso na renda, que tende a cair 8%. O fim do auxílio gera um cenário que atinge em cheio o povo do Nordeste ao deixar de receber mais de 75 bilhões com a interrupção dos repasses.
Trabalhadores informais na região Nordeste vão continuar sem renda e suscetíveis à contaminação
Os neoliberais do governo federal parecem ignorar a realidade da segunda onda de covid-19, defendem uma suposta concentração de esforços nas vacinas, em meio a tragédia nacional que vivemos, ainda repetem o mantra de uma suposta responsabilidade fiscal para se opor a retomada dos pagamentos e manter um mínimo de proteção social.
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É preciso lembrar que devido aos graves problemas de gestão, muitas mudanças de ministros da saúde e ao radicalismo ideológico odioso de direita do bolsonarismo, em guerra política e cultural constante com países produtores de vacina tais como a China e a Rússia, não há previsão de vacinação em massa.
Os trabalhadores informais, concentrados significativamente na região Nordeste, vão continuar sem renda e suscetíveis à contaminação. Não há como escolher uma coisa ou outra. Precisamos de vacina tanto quanto do auxílio emergencial.
O projeto combinado do fascismo com o neoliberalismo fracassou
É urgente que ocorra uma ampla mobilização popular e institucional, nas redes sociais, nos parlamentos, nos governos municipais e estaduais, no fórum dos governadores do Nordeste e nos movimentos sociais, para pressionar o Congresso Nacional e o irresponsável governo federal no sentido de garantir a manutenção do auxílio emergencial pelo menos no primeiro semestre de 2021.
O projeto combinado do fascismo com o neoliberalismo fracassou. As pesquisas de opinião demonstram isso, com destaque para a região Nordeste do Brasil. A fórmula que combina autoritarismo e fake news com teto dos gastos públicos e privatizações está destruindo o país e matando de fome seu povo.
* Professor, Vice-Presidente da CUT-Ceará e Secretário Estadual de Organização do PT-Ceará
Fonte: BdF Ceará
Edição: Monyse Ravena e Douglas Matos