Rejeição

Manifesto contra o autoritarismo compara Bolsonaro aos "aventureiros" Jânio e Collor

Mais de 300 artistas e intelectuais assinaram documento para pedir responsabilidade histórica aos eleitores brasileiros

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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 "A candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial", diz o texto
"A candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial", diz o texto - TV Câmara

Cerca de 300 artistas, intelectuais e formadores de opinião se uniram para repudiar a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e seu projeto de governo conservador e autoritário. Eles deixaram de lado as divergências políticas para denunciar um projeto "aventureiro", baseado em uma falsa ideia de redenção, e comparam as promessas do líder das pesquisas aos "desastres" políticos vividos com as eleições de Fernando Collor e Jânio Quadros. 

O Manifesto Democracia Sim ressalta que é preciso ter responsabilidade histórica sobre as escolhas, principalmente em relação a "projetos que negam a existência de um passado autoritário no Brasil, flertam explicitamente com conceitos como a produção de nova Constituição sem delegação popular".  

O texto também relembra posicionamentos polêmicos de Jair Bolsonaro e "declarações francamente xenofóbicas e discriminatórias contra setores diversos da sociedade".

Entre as assinaturas do manifesto, encontram-se eleitores declarados de quase todos os demais candidatos. Em comum, eles identificam que Bolsonaro é "uma ameaça ao patrimônio civilizatório primordial".

O médico Dráuzio Varella, o ex-jogador Walter Casagrande Jr., o jornalista Juca Kfouri, o cineasta Walter Salles, o músico Caetano Veloso e a atriz Alessandra Negrini são algumas das personalidades que abraçaram o projeto.

Mulheres

Para além do manifesto, a imagem da candidatura de Bolsonaro tem sido alvo de protestos populares dentro e fora do país. No sábado, dia 29, militantes do grupo "Mulheres Contra Bolsonaro" devem se reunir no Largo da Batata, em São Paulo, a partir das 15 horas.

A mobilização para as manifestações de sábado coincide com a popularização, nas redes sociais, dos slogans #elenão #elenunca, em referência ao candidato do PSL. Durante a semana, o Brasil de Fato vai publicar a agenda dos protestos nas principais cidades do país.

Sem comparecer a debates e fazer campanha nas ruas desde que foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro, Bolsonaro tem o maior índice de rejeição: 43%, segundo a pesquisa Datafolha divulgada no dia 20. 

De acordo com a Frente Internacional Brasileiros Contra o Golpe (Fibra), entre os dias 25 de setembro e 3 de outubro, estão confirmados 19 atos pela democracia e contra Bolsonaro em todo o mundo.

Edição: Daniel Giovanaz