Responsabilização

Médicos e cientistas apresentam pedido de impeachment contra Bolsonaro

Requerimento ressalta crime de responsabilidade por omissão diante da pandemia que custou vidas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Já foram oficializados quase 70 pedidos de impeachment contra o presidente.
Já foram oficializados quase 70 pedidos de impeachment contra o presidente. - Scarlett Rocha/Esquerda Online

A Câmara recebeu mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (8). Desta vez, o requerimento é assinado por médicos e cientistas que apontam crime de responsabilidade nas omissões e na gestão ineficiente da pandemia do coronavírus.

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Números do Conselho Nacional de Secretarios de Saúde (Conass) mostram que o Brasil já registrou oficialmente mais de 232 mil mortes por causa da covid-19. Foram relatados 636 óbitos apenas nas 24 horas entre domingo (7) e segunda (8).

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As declarações de Jair Bolsonaro minimizando os impactos da pandemia, negando a gravidade do vírus e colocando em dúvida a importância de medidas de prevenção são peças-chave no pedido de impeachment mais recente.

No requerimento, os autores afirmam que o presidente "insistiu em arrastar a credibilidade da Presidência da República (e, consequentemente, do Brasil) a um precipício negacionista", o que causou e vem causando mortes e prejuízos à saúde e à economia.

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Ainda no texto, os médicos e cientistas reforçam que Bolsonaro "usou seus poderes legais e sua força política para desacreditar medidas sanitárias de eficácia comprovada e desorientar a população cuja saúde deveria proteger".

Até esta segunda-feira, o coronavírus já havia infectado mais de 9,5 milhões de pessoas no Brasil. Em 24 horas, 23.439 cidadãs e cidadãos receberam a confirmação de que estão doentes.

Cloroquina no Amazonas

O Tribunal de Contas da União (TCU) estabeleceu prazo de dez dias para que a Secretaria de Saúde de Manaus informe se houve pressão do governo federal para que pacientes com covid-19 fossem tratados com cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.

Há quase um ano, Jair Bolsonaro mente sobre a eficácia desses remédios para casos de infecção pelo coronavírus. A recomendação das substâncias também virou política de governo. Mas os remédios - usados para tratamentos de malária, piolho e vermes - não funcionam para a covid-19. 

No despacho, assinado pelo ministro do TCU, Benjamin Zymler, a corte questiona se houve coação do Ministério da Saúde para uso das substâncias, durante a visita de uma força tarefa da pasta em janeiro, dias antes de o Sistema de Saúde de Manaus colapsar.

Saiba o que é o novo coronavírus

É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais.

Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.

Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS).

A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de novo coronavírus. 

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.

A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Leandro Melito