O vice-presidente de economia e ministro de petróleo da Venezuela, Tareck El Aisami, denunciou, na última sexta-feira (11), um novo plano de explosão de uma unidade da estatal Petróleos da Venezuela (Pdvsa). Dois homens foram detidos na cidade de Morón, estado de Carabobo, na própria sexta (11), com explosivos suficientes para destruir a base petrolífera e causar extensos danos, segundo autoridades. A refinaria El Palito, também localizada no estado de Carabobo, foi reativada em novembro deste ano, depois de um mês fechada e é responsável pela produção de 146 mil barris de petróleo, sendo a segunda mais importante do país.
Francisco Javier Pacheco Pérez e César Antonio Guevara Díaz foram presos com 27 kg de pentolito, detonadores elétricos, cordas denonantes, e outros dispositivos capazes de provocar 48 detonacioções simultâneas. Apesar de que a captura foi realizada uma semana depois das eleições legislativas, o funcionário do governo bolivariano assegurou que o plano seria colocado em prática no domingo (6), para impedir a realização das eleições legislativas.
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Esse não é o primeiro atentado que o governo venezuelano afirma que estava planejado para o dia do pleito. Na segunda-feira (7), o presidente Nicolás Maduro revelou que mudou seu local de votação de última hora, depois que a inteligência militar descobriu planos para um possível atentado contra o chefe de Estado.
El Aisami afirmou que o plano foi elaborado por militares venezuelanos "desertores" na Colômbia, com o apoio do governo do presidente Iván Duque, da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) e da Agência Nacional de Segurança (NSA). O suposto ataque foi revelado um dia depois da reunião entre o mandatário colombiano e o líder opositor Leopoldo López, braço direito de Juan Guaidó no partido Voluntad Popular.
#Ahora Vpdte. @TareckPSUV: Los detenidos fueron entrenados en Cúcuta#11Dic #TriunfóLaPaz pic.twitter.com/6zohGgtj4T
— Freddy Ñáñez (@luchaalmada) December 11, 2020
Segundo declarações dos detidos, a segunda parte do plano era destruir um oleoduto que leva combustível até a capital do estado, Puerto Cabello, lar de 193 mil pessoas.
Há dois meses, o Executivo venezuelano já havia denunciado um plano de ataque à refinaria de Amuay, no estado Falcón, que se concretizou com uma explosão no dia 28 de outubro.
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O ministro de Petróleo venezuelano não detalhou se a refinaria permanecerá aberta ou terá que ser fechada. Atualmente a produção de petróleo da Venezuela é de 367 mil barris por dia, segundo relatório de novembro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep). Nos últimos cinco anos, a atividade petrolífera no país, carro-chefe da economia, diminuiu 60% por conta do bloqueio econômico, que levou à paralisação das estruturas.
Edição: Rogério Jordão