Perseguição

Quem é Carlos Mesa, o maior beneficiado do golpe de 2019 na Bolívia

De acordo com pesquisas recentes, o candidato da Comunidade Cidadã é o segundo colocado na corrida eleitoral

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Mesa tem como objetivo, em um eventual segundo turno, catalisar os votos anti-Evo no país - Jorge Bernal/AFP

Carlos Mesa foi o maior beneficiado com o golpe de 2019 contra Evo Morales. Naquele ano, ele concorreu contra o ex-presidente e foi derrotado nas urnas.

De acordo com pesquisas recentes, Mesa é o segundo colocado na corrida eleitoral. Segundo o levantamento do Centro de Estudos Latino-Americanos de Geopolítica (Celag), o candidato tem 27,9% das intenções de voto, Luis Arce tem 36,4% e Fernando Camacho, 12,5%. 

Mesa é muito próximo ao poder no país. Jornalista, foi vice-presidente de Gonzalo Sánchez de Lozada, que deixou mais de 60 mortos ao reprimir um protesto popular em 2002. 

::Brasil participou do golpe de Estado na Bolívia::

No período de 2001 a 2005, a Bolívia teve cinco presidentes, Mesa entre eles. Em nova investida, governou o país entre outubro de 2004 e março de 2005. Após sua renúncia, Evo Morales foi eleito. 

O candidato se considera o último presidente neoliberal do país. Possivelmente ele não está contando com a presidência de Jeanine Añez (2019-2020).

Se eleito, vai aproximar a Bolívia do chamado Grupo de Lima, que tem como bandeira principal a derrubada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Mesa tem como objetivo, em um eventual segundo turno, catalisar os votos anti-Evo no país. 

::"Foi um golpe ao índio, à população e pelo lítio", denuncia Evo Morales::

Eleições

A Bolívia realiza, neste domingo (18), eleições para eleger presidente e vice-presidente, senadores e deputados. 

De acordo com a lei eleitoral boliviana, para vencer em um primeiro turno, é preciso ter 50% mais 1 dos votos ou ter 40% mais um e abrir dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.