A solidariedade dos médicos cubanos, mais uma vez, ganha destaque internacional. Em meio à pandemia do novo coronavírus, 1,8 mil profissionais de saúde foram enviados pelo governo da ilha para dezenas de países para ajudar a conter a disseminação do vírus.
Em resposta, a cada dia se fortalece uma campanha para que os médicos recebam o Prêmio Nobel da Paz em 2020, por meio de abaixo-assinado endossado por diversas organizações e personagens.
Entre os nomes que assinam a campanha pela indicação está o ex-presidente Lula, a ex-presidenta Dilma Rousseff, Frei Betto, Leonardo Boff, Fernando Morais, os atores estadunidenses Danny Glover e Mark Ruffalo, o músico Chico Buarque, o sociólogo Emir Sader, João Pedro Stédile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o linguista Noam Chomsky, a diretora Petra Costa, o ex-presidente do Equador, Rafael Correa e o Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Perez Esquivel.
A iniciativa propõe o reconhecimento às brigadas médicas cubanas do Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastres e Graves Epidemias Henry Reeve, que hoje estão atendendo vítimas da covid-19 na Venezuela, Nicarágua, Suriname, Jamaica, Haiti, Itália, Espanha, entre outras nações. São 21 grupos espalhados em diversos continentes. Até o momento são 7.918 assinaturas.
“É legítimo acreditar que o Prêmio Nobel da Paz para Brigadas Médicas Cubanas Henry Reeve ajudará a fortalecer a solidariedade mundial de que tanto precisamos, além de suscitar a esperança de que políticas e ações comprometidas com a vida devem substituir ações e políticas que visam exclusivamente o lucro e que naturalizam a morte”, afirmam Leonardo Boff e Adolfo Perez Esquivel no abaixo-assinado.
Em junho de 2020, dezenas de nações da América Latina e Caribe se reuniram virtualmente para iniciar uma onda de solidariedade continental à concessão do Prêmio Nobel da Paz para a Brigada Henry Reeve, de médicos cubanos. Em uma conferência online, 14 nações – entre elas o Brasil – impulsionaram o movimento de coordenação da proposta no continente americano.
No encontro estiveram também representantes da Venezuela, Argentina, Porto Rico, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Uruguai, Paraguai, Honduras, México, Panamá e Cuba. A data escolhida para o encontro, 14 de junho – marca o aniversário de Che Guevara, médico argentino e uma das principais figuras da revolução cubana.
A campanha já contava com apoio oficial de mais de 20 organizações europeias. Entre elas, o Grupo de Apoio a Cuba na Irlanda, o Comitê Comunista da Catalunha, a Associação Nacional Italiana de Amizade Itália-Cuba, a Associação Valenciana de Amizade com Cuba José Martí, da Espanha, e o Comitê internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos.
Criado em setembro de 2005 por Fidel Castro, o Contingente já salvou milhares de vidas em países assolados por terremotos, furacões e epidemias em diferentes regiões da África, América Latina, Caribe e Ásia.
Edição: Leandro Melito