Câmara dos Deputados

PSOL pede explicação sobre militar brasileiro com salário R$ 50 mil a serviço dos EUA

Brigadeiro David Almeida Alcoforado é pago pelo Brasil para atuar nas forças armadas estadunidenses

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, pode ser chamado à Câmara para prestar esclarecimentos - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A liderança do PSOL na Câmara pediu formalmente que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, esclareça ao parlamento por que um militar brasileiro é pago pelo Brasil para prestar serviços às forças armadas dos Estados Unidos.

O brigadeiro do ar David Almeida Alcoforado é vice-diretor do departamento de estratégia do Comando Sul dos EUA e apareceu em um vídeo prestando continência a Donald Trump, em 10 de junho.

Na ocasião, ele é apresentado ao presidente estadunidense pelo chefe do Comando Sul, o almirante Craig Faller, que ressalta que "os brasileiros estão pagando para ele vir para cá trabalhar para mim".

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Para prestar serviços a Trump, Alcoforado recebe US$ 9.535,46 (cerca de R$ 50 mil), pagos pelo contribuinte brasileiro. Quando estava no Brasil, tinha salário de R$ 29.101,70 brutos.

De acordo com a representação do partido, “a gravação tem chocado diplomatas, militares e a sociedade brasileira em geral por atestar a subserviência do Brasil aos EUA e a arrogância estadunidense em relação aos países latino-americanos, já que no vídeo Feller se refere de modo semelhante a um militar enviado pelo governo colombiano”.

O PSOL pede que Azevedo e Silva explique qual é o objetivo da presença do brigadeiro no Comando Sul, se atuação é compatível com a Constituição e se ele permanecerá no cargo “depois da afrontosa declaração de Feller”.

Para que o ministro seja convocado, é preciso que o requerimento seja aceito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por algum presidente de comissão ou pelo próprio plenário.

Edição: Rodrigo Chagas