Da Terra Indígena da Ilha da Cotinga, na Baía de Paranaguá, no Paraná, a cacique Juliana Kerexu diz temer pelo futuro de seu povo durante a pandemia de covid-19. As 27 pessoas que vivem em sua aldeia, Tekoá Takuaty, tinham como base de renda a venda de artesanatos na cidade de Paranaguá. Agora, as vendas pararam.
Para ela, o sentimento é de que “a população indígena está à mercê, 'invisibilizada'". E a chegada de uma doença urbana e as dificuldades para a subsistência podem ser comparadas ao período da colonização. “Agora é o momento mais delicado [da história], tirando a época de 500 anos atrás... É como se estivesse acontecendo tudo de novo”, diz.
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O Tekoá Takuaty foi fundado há pouco mais de um ano. Antes, as pessoas dali viviam na aldeia Pindoty, também na Ilha da Cotinga, que foi homologada como terra indígena em 1993 e abriga indígenas Guarani Mbya. Ambas as aldeias estão em isolamento. Dos órgãos públicos, a cacique conta que sua aldeia recebeu uma remessa de cestas básicas do Centro de Referência de Assistência Social de Paranaguá no início de abril.
A ajuda maior tem chegado por doações da população. Com a imprevisibilidade do fim da pandemia, diz ter medo de que falte o sustento. “Se pararem essas doações, ninguém tem um trabalho em que possa receber salário. A gente não sabe quando isso vai acabar. Isso me tira o sono, pensar que se essas doações não vierem vai ser muito mais difícil”, conta.
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Doe para as aldeias
O Projeto Origem está arrecadando doações para diversas aldeias, incluindo as duas que integram a Terra Indígena da Ilha da Cotinga. A logística de entregas conta com parceria da Fundação Nacional do Índio (Funai), que leva as doações até as aldeias. Doe alimentos, máscaras, álcool em gel, materiais de limpeza e higiene, agasalhos e cobertores.
Para conhecer os pontos de coleta, acesse as redes sociais do Projeto Origem.
Doações em dinheiro podem ser feitas no site: abacashi.com/p/ficaemcasaparente
Fonte: BdF Paraná
Edição: Gabriel Carriconde e Vivian Fernandes