O Brasil fechou o primeiro mês desde a chegada da covid-19 ao país com 77 mortes e 2.915 casos confirmados da doença, conforme boletim divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde. O índice de mortalidade é de 2,7%.
O primeiro registro de contaminação foi de um homem de 61 anos que viajou à Itália e retornou a São Paulo, em 25 de fevereiro. Trinta dias depois, todas as regiões do país registram mortes causadas pelo vírus.
De quarta (25) para quinta (26), foram contabilizadas 20 novas mortes e 482 novas confirmações de contágio – maior número em um mesmo dia desde que o governo passou a expor números.
A situação mais crítica segue com o estado de São Paulo, com o registro de 58 mortes e 1.052 casos confirmados. O índice de mortalidade, neste caso, é de 5,5%.
O segundo estado com mais casos é o Rio de Janeiro, com 421 confirmações e 9 mortes, seguido por Ceará, com 253 casos atestados e três mortes.
Segundo o secretário-executivo da Saúde, João Gabbardo dos Reis, a expectativa é de que os próximos 30 dias sejam ainda mais duros. “A previsão é que nós vamos ter 30 dias muito difíceis. Provavelmente nós estejamos na fase crítica da pandemia. Nós não vamos começar a reduzir os casos em 30 dias. Vamos enfrentar isso”.
Gabbardo considera que o aumento diário no índice de casos é algo já previsto. “Isso é esperado. Nós vamos ter, daqui para frente, um número de casos novos superior ao número de casos novos do dia anterior. É bem provável que nós tenhamos um número de óbitos maior do que o dia anterior. Isso em um período que nós imaginamos que deve ocorrer entre 20, 30 dias. É esperado, vai acontecer. Estamos preparados para essa situação”, disse.
Índices
O Ministério da Saúde divulgou índices de contaminação e mortes na apresentação desta quinta-feira. De acordo com o levantamento, 87% das pessoas que estão hospitalizadas no Brasil por covid-19 estão em estado grave. No momento, 391 brasileiros estão internados por causa da doença – ou seja, 341 têm quadro de gravidade avaliado por médicos.
Ainda conforme o estudo do governo federal, a contaminação atinge mais os homens (58%) do que mulheres (42%) até agora. O número de mortes também é maior na população masculina (68%).
As mortes são mais comuns na faixa etária de 80 a 89 anos, seguidos por pessoas de 70 a 79 anos. Os números detalhados não foram apresentados pelo ministério.
Pacientes com doenças associadas ao coração (cardiopatia) são os mais frágeis ao coronavírus até agora, com o maior número de casos tanto de infectados, quanto de mortos. Depois, estão os diabéticos, os imunodeprimidos e os com doenças pulmonares.
Edição: Vivian Fernandes