O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou uma série de medidas para minimizar os impactos do coronavírus no país. Ele concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (18), em Brasília (DF), junto de ministros de Estado. Todos estavam de máscaras, sentados lado a lado.
No começo do pronunciamento, o presidente anunciou que, além do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, também testou positivo para a covid-19.
Bolsonaro confirmou o envio do pedido de reconhecimento de estado de calamidade pública ao Congresso, ainda nesta quarta-feira (18). O presidente enfim reconheceu a gravidade da situação, embora tenha minimizado o poder do vírus anteriormente.
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Quando questionado sobre ter menosprezado a doença, ele voltou a falar sobre o “sentimento de histeria”. “Esse sentimento de histeria passou a acontecer depois do dia 15 de março [quando houve manifestações pró-governo e contra o Congresso e o STF]. A minha obrigação, como chefe de Estado, é de se antecipar a problemas, levar a verdade para a população brasileira, mas que essa verdade não ultrapasse o limite do pânico. Nós passaremos por isso, já tivemos problemas mais grave no passado”, pronunciou-se. "O momento é de união de todos e de buscar soluções. A verdade está aí: é uma questão grave, mas não podemos entrar no campo da histeria", completou.
O ministro Paulo Guedes, da Economia, reforçou as medidas da área previamente anunciadas para conter os danos. Ele explicou que, com o decreto de calamidade pública, o governo fica dispensado de cumprir a meta de resultado fiscal para o ano, que é de déficit primário de R$ 124,1 bilhões. Guedes também disse que o governo vai liberar R$ 15 bilhões em benefícios de até R$ 200 para trabalhadores informais e autônomos.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou o fechamento de fronteiras com países vizinhos. Ele determinou a suspensão de visitas a presos em presídios federais e recomendou que os estaduais façam o mesmo. “[Recomendamos] restringir as visitas, com o esclarecimento que não se trata não de uma punição, mas de uma medida para protegê-los”.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou que estamos vivendo “uma guerra contra um inimigo invisível e feroz”. Também falaram na coletiva o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres.
O último a falar foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Ele agradeceu ao apoio dos demais ministros, reconheceu que o momento é de dificuldade, mas reforçou que o Brasil está seguindo as mesmas recomendações epidemiológicas dos países europeus, como a Inglaterra. Mandetta disse que vai trabalhar para regulamentar a telemedicina.
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“Teremos dias duros, teremos semanas cansativas, onde esse assunto vai nos trazer extremo estresse. Faz parte do quadro da doença o aparecimento de especialistas cada um dando sua visão, faz parte da doença as fake news, faz parte da doença a avidez pela manchete que mais vende, faz parte da doença aqueles que eventualmente não percebem que o momento é de calma, mas nós vamos passar. Teremos dias difíceis. Mas o Brasil já passou por momento mais dramáticos que esse”, afirmou o ministro da Saúde.
Após a fala sequencial dos ministros, Bolsonaro agradeceu aos presidentes Rodrigo Maia, da Câmara, Davi Alcolumbre, do Senado, Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), José Mucio Monteiro, do Tribunal de Contas da União e ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
“Pelo apoio, pela presteza, pela consideração em juntos buscarmos solução para esse problema que passa a ser um problema de todos nós - a saúde da família brasileira e o emprego de nossos homens e mulheres”, disse o presidente.
Edição: Rodrigo Chagas
