De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) lavou mais de R$ 2 milhões. As principais operações teriam sido feitas através da compra de imóveis e da injeção de dinheiro na conta bancária de uma loja de chocolate, da qual o filho do presidente é sócio.
Nos mandados de busca e apreensão cumpridos na quarta-feira, o MP afirma que movimentações
com altas quantias em dinheiro vivo foram utilizadas para camuflar valores obtidos em esquema de “rachadinha”, na época em que Flávio era deputado estadual do Rio de Janeiro. A rachadinha consiste na coação de servidores a devolver parte do salário para o deputado.
As quantias mais altas teriam sido lavadas através da loja de chocolates, situada em shopping da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Valores totalizando 1,6 milhões teriam sido depositados paulatinamente na conta da loja como compras realizadas em espécie.
O crime estaria indicado pelo fato de as supostas compras em dinheiro oscilarem mais de acordo com os vencimentos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) – que sobem entre novembro e dezembro, devido ao 13o salário – do que com as compras no cartão de crédito – que têmsalto no período da Páscoa.
Outra forma de lavagem seria através da compra de imóveis. Neste caso, Flávio teria depositado R$ 638,4 mil em dinheiro na conta de um corretor em 27 de novembro de 2012. O valor seria referente à compra de dois apartamentos em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Ele declarou um lucro de 292% na venda dos apartamentos, dois anos depois, enquanto a valorização imobiliária no período foi de 11%.
O senador teria declarado um preço menor do que o imóvel valia no momento da compra e pagado "por fora" valores não declarados nas escrituras.
O Ministério Público do Rio de Janeiro realizou, na manhã desta quarta-feira (18), mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Foram alvo das buscas os endereços de Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio, seus familiares e ainda parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, mãe de Flávio e ex-esposa de Jair Bolsonaro.
Edição: Julia Chequer