A rede TeleSUR denunciou que teve o sinal cortado no Equador na noite deste sábado (12) nas duas principais operadoras a cabo do país. A emissora, junto a diversos veículos independentes, tem noticiado com profundidade sobre o momento tenso pelo qual passa o país governado pelo presidente Lenín Moreno, rompendo um cerco montado pelos principais grupos de comunicação locais, que escondem os grandes protestos que tomam as ruas no país.
Em comunicado oficial, a TeleSUR expressou sua “inconformidade” com as ações do Grupo TV Cable e da DirecTV de cortar o sinal da rede no Equador. “Sem qualquer justificativa neste momento, nosso sinal foi removido do canal de satélite 722 e do cabo 626 no Equador”, denunciou Patricia Villegas Marin, presidenta da TeleSUR.
O grupo exige o imediato restabelecimento da transmissão e culpa as autoridades equatorianas pela remoção do sinal. “Apesar da decisão do Executivo, nosso canal continuará visibilizando os acontecimento suscitados no Equador e analisando os impactos econômicos que traz o ‘paquetazo’ imposto pelo presidente, Lenín Moreno, contra a população através das redes sociais”, diz o veículo em matéria publicada no site.
A TeleSUR não é a primeira rede de comunicação a sofrer censura no Equador desde que Moreno decretou estado de exceção no país. A Rádio Pichincha Universal, que também acompanhou de perto os protestos, foi invadida e acusada de incitar a população e sofreu intervenção em seu sinal, sendo obrigada a retransmitir o conteúdo de emissora estatal.
Moreno decreta toque de recolher
Para tentar conter as manifestações, que já duram 10 dias, Moreno instaurou um toque de recolher na capital do país, Quito, e em seus arredores que entra em vigor a partir das 15h. Junto com a medida, decidiu por um controle militar da cidade.
He dispuesto el toque de queda y la militarización del DMQuito y valles. Empezará a regir a las 15:00. Esto facilitará la actuación de la fuerza pública frente a los intolerables desmanes de violencia.
— Lenín Moreno (@Lenin) October 12, 2019
Desde o dia 3 de outubro, o Equador passa por sua maior crise política recente. O estopim da onda de protestos que tomou o país ocorreu após Lenín Moreno anunciar o fim dos subsídios aos combustíveis, que resultou em um aumento de preço de 123%, e outras medidas econômicas para cumprir as condições de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Edição: Revista Fórum