Manifesto

Marcha das Mulheres Indígenas divulga documento final: "O território é nossa vida"

Manifesto publicado após encontro em Brasília ressalta ainda a importância da manutenção do saber ancestral

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Marcha das Mulheres Indígenas tomou Brasília desde o dia 9
Marcha das Mulheres Indígenas tomou Brasília desde o dia 9 - Lula Marques

A Marcha das Mulheres Indígenas divulgou nesta quinta-feira (14) o documento final da mobilização realizada em Brasília desde o dia 9. Intitulado “Território: nosso corpo, nosso espírito”, o texto enfatiza que a luta pela terra indígena é também a luta pelo direito à vida.

“Somos totalmente contrárias às narrativas, aos propósitos, e aos atos do atual governo, que vem deixando explícita sua intenção de extermínio dos povos indígenas, visando à invasão e exploração genocida dos nossos territórios pelo capital. (…) Por isso, o território para nós não é um bem que pode ser vendido, trocado, explorado. O território é nossa própria vida, nosso corpo, nosso espírito”, diz um trecho do manifesto.

O documento também ressalta a importância da manutenção das línguas originárias, bem como da liberdade de se expressar por meio delas. “Nós mulheres temos um papel significativo na transmissão da força dos nossos saberes ancestrais por meio da transmissão da língua. (…) Nosso dever é fortalecer e valorizar nosso conhecimento tradicional, garantir os nossos saberes, ancestralidades e cultura, conhecendo e defendendo nosso direito, honrando a memória das que vieram antes de nós”, afirma o texto.

O documento expressa ainda a necessidade de alianças “com mulheres de todos os setores da sociedade no Brasil e no mundo, do campo e da cidade, da floresta e das águas, que também são atacadas em seus direitos e formas de existência”.

Ao final, são elencadas 14 pautas consideradas urgentes, entre elas a demarcação das terras indígenas; o direito à posse plena dos territórios; o direito irrestrito ao atendimento diferenciado à saúde; o aumento da representatividade das mulheres indígenas nos espaços políticos, dentro e fora das aldeias; o direito de todos os seres humanos a uma alimentação saudável; o direito a uma educação diferenciada para as crianças e jovens indígenas; e a necessidade de uma legislação específica que combata a violência contra a mulher indígena.

Clique aqui para ler o documento na íntegra.

Edição: João Paulo Soares