Durante o último final de semana, manifestações de solidariedade à Venezuela ocorreram nas principais capitais da Europa, África, Ásia e em todo o continente americano. O governo venezuelano estima que mais de 100 cidades do mundo tenham organizado atividades contra o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos ao país sul-americano.
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O sábado (10) marcou o início da campanha mundial #NoMoreTrump ou #NoMásTrump, convocada pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Organismos internacionais, movimentos populares, partidos, organizações de estudantes e líderes políticos expressaram sua posição contrária ao bloqueio e em defesa da população venezuelana.
Nos EUA, foram registradas manifestações em pelo menos cinco cidades: San Diego, Los Angeles, São Francisco, Washington e Nova York. O lançamento da campanha foi motivado pelas novas sanções impostas pelo presidente estadunidense, Donald Trump, criando, por meio de decreto, uma espécie de "bloqueio total" contra a Venezuela.
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Ainda nesta segunda-feira (12), continuam chegando declarações e imagens de atos de solidariedade com a Venezuela, vindas de países como São Vicente e Granadinas, Equador e Coreia do Sul.
No Brasil, movimentos e organizações políticas realizaram dois protestos. O primeiro aconteceu no sábado (10), em frente ao prédio do Itamaraty no Rio de Janeiro. O outro foi em São Paulo, no consulado dos Estados Unidos, nesse domingo (11).
Entre as pessoas que foram protestar no Rio de Janeiro estava o integrante das Brigadas Populares Eden Pereira. "O decreto presidencial afeta qualquer empresa ou nação que queira negociar com a Venezuela. É um decreto que infringe vários artigos do direito internacional e a Carta das Nações Unidas. É um bloqueio criminoso, imoral e que não tem nenhum apoio dentro da comunidade internacional", afirmou em entrevista a Telesur.
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No Uruguai, o secretário-geral da Juventude do Partido Comunista, Mateu Carvalho, também enviou uma mensagem durante uma atividade de solidariedade. "Exigimos o fim imediato do bloqueio imposto pela administração Trump contra o povo da Venezuela. Defendemos a paz e o diálogo para a população venezuelana, assim como a liberdade e a soberania de nosso continente. Defendemos e lutaremos por uma segunda e definitiva independência", destacou.
Para a professora chilena Eliana Villegas, que foi protestar em frente à embaixada dos EUA, em Santiago, a Venezuela é hoje um exemplo de resistência: "A Venezuela é exemplo de dignidade, porque está resistindo à investida do maior império da história. Temos que apoiá-la nisso. Estamos lutando por um mundo diferente e a Venezuela, que tem um modelo socialista, segue resistindo. Então nós temos que apoiar para que nunca mais a direita política volte ao poder e roubem seus recursos. Por isso apoiamos a Venezuela revolucionária".
Um canal reunindo informações sobre as mobilizações internacionais foi organizado pelo governo venezuelano e pode ser acessado neste link.
Venezuela entregará abaixo-assinado à ONU
O ministro de Comunicação e Informação da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou que o país vai realizar um abaixo-assinado contra o bloqueio econômico, com a meta de recolher cerca 13 milhões de assinaturas. Nesta segunda-feira (12), os venezuelanos começaram a recolher as assinaturas no centro de Caracas.
Fora das fronteiras da Venezuela, os movimentos populares também se organizam para firmar a petição que será enviada à Organização das Nações Unidas, pedindo a esse organismo que solicite a suspensão de todas as sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos.
Edição: Rodrigo Chagas